Joe Biden nomeou um antigo chefe da Mastercard com décadas de experiência em Wall Street para liderar o Banco Mundial e supervisionar o enfoque nas matérias climáticas que se pretende dar na instituição multilateral de fianaciamento ao desenvolvimento.
A escolha de Ajay Banga, pelo Presidente norte americano, um cidadão americano nascido na Índia, surge uma semana depois de David Malpass, um nomeado por Donald Trump, deixar o cargo.
Espera-se que o órgão dirigente do Banco Mundial tome uma decisão em Maio, mas os EUA são o maior accionista da organização sediada em Washington e, tradicionalmente, tem sido autorizado a nomear sem contestação o seu candidato preferido para o cargo.
Malpass, que deverá demitir-se a 30 de Junho, foi nomeado por Trump em Fevereiro de 2019 e assumiu oficialmente o cargo em Abril. Sabe-se que perdeu a confiança da Secretária de Estado do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que com os outros accionistas queria expandir o mandato de desenvolvimento do banco para incluir a crise climática e outros desafios globais.
Malpass perturbou a administração de Biden quando pareceu questionar até que ponto os seres humanos tinham contribuído para o aquecimento global.
Biden disse que queria que Banga utilizasse as suas décadas de experiência em Wall Street para apoiar empréstimos ao sector privado dos países em desenvolvimento.
“Ajay está singularmente equipado para liderar o Banco Mundial neste momento crítico da história. Passou mais de três décadas a construir e gerir empresas globais bem sucedidas que criam empregos e trazem investimento às economias em desenvolvimento, e a orientar organizações através de períodos de mudança fundamental”, disse o Presidente norte americano.
“Tem um historial comprovado na gestão de pessoas e sistemas, e na parceria com líderes globais em todo o mundo para produzir resultados”, acrescentou ele.
O Banco Mundial disse que o primeiro critério para um futuro presidente era “um historial comprovado de liderança e realização, particularmente no desenvolvimento”.
Banga juntou-se recentemente a vários organismos como conselheiro climático. Tornou-se vice-presidente do fundo da General Atlantic centrado no clima, BeyondNetZero, no seu início em 2021.
Criado na Índia, Banga deverá apelar a muitos líderes mundiais em desenvolvimento como um executivo que traz perspicácia financeira ao trabalho e uma forte relação com a administração de Biden.
A direcção do Banco Mundial refutou as críticas anteriores ao seu compromisso de reduzir o aquecimento global, dizendo que o financiamento climático duplicou sob a administração de Malpass de 14 biliões de dólares (£12 biliões) em 2019 para 32 biliões de dólares no ano passado.
John Kerry, o enviado climático de Biden, disse que Banga foi “a escolha certa para assumir as responsabilidades do Banco Mundial neste momento crítico”. Ele disse que isso permitiria ao Banco Mundial “mobilizar capital para impulsionar a transição verde”.
Manish Bapna, Chefe Executivo da organização de pesquisa, Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, disse que Banga precisaria de ser um “líder transformador com uma visão clara para uma acção climática ambiciosa”, que deve evitar que as pessoas mais vulneráveis do mundo sejam “forçadas a pagar um preço que não podem pagar por uma crise que não causaram”.
