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Existe a percepção de que a economia de Moçambique está a lutar para superar uma das suas principais debilidades que é o seu elevado nível de informalidade,

Efectivamente, um dos principais dilemas da economia moçambicana é a ausência de estatísticas fiáveis sobre os diferentes ramos e segmentos económicos, fundamentalmente àqueles do sector produtivo.

Para inverter esta tendência, uma das iniciativas que acaba de ser lançada é a “Base de Dados das PME’s”, considerada “actualizada e modernizada”, totalmente “online” que deverá, na expectativa do Governo, essencialmente cumprir os objetivos de acesso a informações sobre este segmento empresarial,  criar dinâmicas entre as MPME’s, disponibilizar informação sobre as oportunidades de mercado para as empresas, dar visibilidade ao ecossistema das MPME aos grandes investidores, nacionais e internacionais e, capacitar e certificar as empresas.

Outra resposta que a “plataforma on-line” sobre as PMES’s procura dar, ainda na perspectiva do Governo, é satisfazer a busca de informação não só sobre as MPME, como também de oportunidades para o seu empoderamento e robustez, soluções para a sua profissionalização, exposição e acesso a novos mercados, busca de parcerias sustentáveis, certificação e formação, conforme referiu o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, no acto do lançamento da iniciativa.

A Base de Dados configura, para o Governo, “uma plataforma institucional aglutinadora de diversos esforços que visam dar melhor performance das empresas nacionais, no aproveitamento não só das oportunidades que os negócios da indústria extractiva e outros sectores económicos proporcionam, mas também para que entre elas, as empresas possam medir o seu desempenho no mercado nacional contribuindo deste modo para a melhoria do ambiente de negócios.

A base de dados que é totalmente online, e permite obter métricas como:

  • Total de empresas cadastradas;
  • Total de empresas por categoria – Micro, Pequena e Médias empresas;
  • Total de Volume de negócios;
  • Total de empresas estrangeiras;
  • Nº de Empresas certificadas;
  • Nº de Empresários por género;
  • Nº de Trabalhadores por género (masculino e feminino);
  • Nº de Empresas certificadas;

Relativamente as vantagens para as empresas ao se cadastrar nela destacam-se:

  • Desempenho e interacção com os diversos intervenientes do ecossistema de negócio no território nacional e internacional;
  • Acesso a terceiros (sector público e privado, ONG’s e outros) mediante criação de perfis específicos;
  • Acesso às oportunidades oferecidas pelos grandes projectos incluindo a do sector de óleo e gás;
  • Comunicação flexível entre as MPMEs e potenciais fornecedores/ clientes;
  • Interacção e comunicação entre as MPMEs através de exposição de catálogo de produtos e serviços com recursos a mecanismos de comunicação e imagem integradas;
  • Informação em tempo real da situação das MPME’s em Moçambique (Localização, Tipo de actividade do CAE, categorização das MPMEs);
  • Interoperabilidade com as diversas bases de dados existentes;
  • Segurança.

Em Moçambique, actualmente as MPMEs constituem 99% do conjunto das empresas, tendo potencial de gerar mais postos de emprego, mais renda e capacidade de dinamizar sectores como o de agro-processamento, agronegócio, comercialização agrícola, serviços e turismo e contribuem com 23,4% para o PIB de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O.Económico depreende que a recente plataforma de informação das PME, para além de alargar oportunidades de negócios entre as PMEs e os grandes projectos, maioritariamente da indústria exctrativa, é uma oportunidade de melhorar os níveis de formalização da economia moçambicana, visto que o país ainda enfrenta o constrangimento de elevados níveis de informalidade económica, facto que enviesa o crescimento sustentável da economia.

Não obstante,  há reconhecimento de que a economia formal é dependente dos serviços do sector informal termos em que ao que “todos os sectores de atividade económica socorrem-se dos informais devido a insuficiência de agentes formais”, e a base de dados poderá ser um contrapeso aos níveis de envolvimento informal no sector formal.

A Base de Dados das PME’s lançada pelo Governo, acontece numa altura em que o sector privado, através da CTA também lançou a base de dados de cadastro de empresas #moçambicanas, uma plataforma online desenhada no âmbito do Projecto+Emprego, financiado pela #UniãoEuropeia e co-financiado pelo #InstitutoDeCamões., na qual as  #empresas poderão se registar na plataforma (http://ctabasededados.co.mz/) e passando a se  a beneficiar de apoio na certificação, formação, acesso a informação sobre linhas de financiamento, entre outros benefícios.

Conjuntamente ambas as iniciativas poderão a médio prazo alterar a disponibilidade de informações actualizadas e fiáveis sobre o tecido empresarial nacional, colmatando assimetrias de informação e aumentando a confiança nas empresa e melhorando a capacidade de atrair investimentos.(OE)

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