Bitcoin Cai Para Mínimo de Seis Meses com Aversão ao Risco e Menor Probabilidade de Corte de Juros nos EUA

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A maior criptomoeda do mundo recuou para abaixo dos 96 mil dólares pela primeira vez desde Maio, pressionada pela deterioração do apetite pelo risco e pela revisão em baixa das expectativas de flexibilização monetária pela Reserva Federal.

Questões-Chave:
  • Bitcoin cai para 95.885 USD, o valor mais baixo desde 7 de Maio;
  • Criptoactivo acumula três semanas consecutivas de perdas;
  • Expectativas de corte de juros em Dezembro caem de 90% para cerca de 50%;
  • Aversão global ao risco pressiona activos digitais e mercados tecnológicos;
  • Ether também recua, consolidando a tendência negativa do mercado cripto.

O Bitcoin voltou a mergulhar no vermelho e registou a sua cotação mais baixa em mais de seis meses, negociando abaixo dos 96 mil dólares num contexto de deterioração do apetite pelo risco nos mercados globais. A queda está associada ao recuo das expectativas de um corte nas taxas de juro da Reserva Federal em Dezembro, cenário que reforça a pressão sobre activos voláteis e de perfil especulativo.

A Criptomoeda Volta a Cair à Pressão dos Indicadores Macro

A moeda digital atingiu 95.885 dólares, o nível mais baixo desde 7 de Maio, e seguia em queda de quase 3% no final da sessão. Com uma desvalorização acumulada de cerca de 24% desde o pico registado no início de Outubro, o Bitcoin encontra-se no seu terceiro recuo semanal consecutivo, reflectindo uma viragem na disposição dos investidores para activos de elevado risco.

A perda de tração ocorre num ambiente em que as expectativas de flexibilização monetária deixaram de ser dominantes. A probabilidade de um corte de juros em Dezembro, que chegou a rondar 90% no início do mês, situa-se agora perto de 50%, segundo dados recentes do mercado de futuros.

Expectativas da Reserva Federal Voltaram a Mudar o Jogo

A mudança no sentimento do mercado foi impulsionada por declarações de vários decisores da Reserva Federal que adoptaram um tom mais prudente quanto à necessidade de cortes adicionais. O reposicionamento das expectativas afecta directamente activos que prosperam em ciclos de liquidez abundante, como criptomoedas e acções tecnológicas.

Com a redução da probabilidade de estímulos monetários, o fluxo de capitais volta a privilegiar activos considerados mais seguros, penalizando sectores que dependem de apetite especulativo.

Pressão Alargada a Outras Criptomoedas

A desvalorização não se limitou ao Bitcoin.
O Ether, a segunda maior criptomoeda por capitalização, recuou cerca de 1,5% para 3.133 dólares, confirmando uma tendência de correcção transversal ao mercado.

A conjugação de menor liquidez, expectativas mais rígidas da política monetária e uma crescente cautela dos investidores tem reforçado a volatilidade e ampliado o risco de quedas adicionais no curto prazo. Analistas alertam que, sem sinais claros de flexibilização por parte da Federal Reserve, o mercado cripto pode manter-se sob pressão nas próximas semanas.

Um Mercado Cada Vez Mais Dependente da Narrativa Monetária

A evolução recente confirma que o mercado de criptomoedas continua fortemente dependente da trajectória da política monetária norte-americana. Apesar do discurso optimista de longo prazo por parte de vários intervenientes do sector, o curto prazo mantém-se vulnerável a ciclos de incerteza e à oscilação das expectativas macroeconómicas.

O comportamento do Bitcoin nas próximas semanas estará ligado ao tom das intervenções da Reserva Federal e à capacidade do mercado de absorver expectativas menos favoráveis a cortes de juros. Até lá, o ambiente permanece frágil e sujeito a reacções bruscas.

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