CTA apela a trégua e diálogo para mitigar impactos da crise pós-eleitoral em Moçambique
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) apelou ao Presidente da República, Filipe Nyusi, para a implementação urgente de uma trégua enquanto decorrem negociações para resolver a crise pós-eleitoral que tem paralisado sectores económicos e sociais essenciais no país.
Em conferência de imprensa realizada ontem, Agostinho Vuma, Presidente da CTA, detalhou os impactos severos das manifestações e propôs medidas concretas para salvaguardar a economia e proteger os empregos. “Pedimos uma trégua imediata para permitir o funcionamento das actividades económicas, enquanto as negociações decorrem para uma solução definitiva”, afirmou.
Impactos económicos e logísticos
Segundo a CTA, as manifestações já causaram prejuízos estimados em 24,8 mil milhões de meticais, correspondendo a uma redução de 2,2% no crescimento económico previsto para 2024. Este impacto é sentido principalmente nos sectores de turismo, restauração, logística e transporte.
O corredor Maputo-Witbank, vital para a conexão entre Moçambique e África do Sul, regista filas de camiões superiores a 20 quilómetros. A ministra sul-africana dos Transportes, Barbara Creecy, descreveu a situação como desumana, destacando a falta de condições sanitárias e alimentação para os motoristas parados na fronteira de Lebombo. A governante, anunciou a suspensão de fluxo de camiões de mercadorias por aquela fronteira
Proposta de escolta militar e soluções de segurança
Para mitigar os prejuízos logísticos, a CTA propôs ao Presidente Nyusi a criação de escoltas militares para proteger os corredores de transporte, garantindo o abastecimento de bens e serviços essenciais. Esta medida visa evitar o colapso do sistema financeiro, uma vez que os camiões de abastecimento de caixas automáticas e balcões bancários também enfrentam dificuldades para operar.
Vuma enfatizou ainda o impacto directo sobre micro e pequenas empresas, incluindo os comerciantes de mercados locais, que enfrentam dificuldades em pagar empréstimos e sustentar as suas famílias devido à paralisação das actividades económicas.
Diálogo com Partidos Políticos e multinacionais
A CTA está a organizar reuniões com partidos políticos, incluindo o candidato Venâncio Mondlane, para fomentar o diálogo e encontrar soluções para a crise. “Mesmo quem liderar o país nos próximos anos terá de contar com o sector privado para reconstruir a confiança e assegurar as necessidades básicas das famílias moçambicanas”, declarou Vuma.
Adicionalmente, a Confederação alertou para o risco de multinacionais declararem força maior devido à instabilidade, o que pode levar ao desinvestimento e agravar ainda mais a crise económica.
Apelo à estabilidade
A CTA sublinhou que a normalização das actividades económicas é essencial para evitar danos irreversíveis à economia moçambicana. “Sem uma trégua e acções coordenadas, corremos o risco de perder empregos, investimentos e a confiança dos parceiros internacionais”, concluiu Vuma.
A crise pós-eleitoral em Moçambique continua a exigir soluções urgentes e colaborativas para garantir a estabilidade e proteger o futuro económico e social do País.
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