
Electricidade de Moçambique reitera ambição de tornar o País polo energético regional
Quase 30% da energia produzida em 2022 pela Eletricidade de Moçambique (EDM) foi exportada, impulsionada pela produção da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, com a administração a apontar o objectivo de o País ser um polo energético regional.
“Se, por um lado, temos o desafio governamental de garantir que a energia cumpra com o seu papel de fator impulsionador do desenvolvimento social e económico, por outro, a EDM deverá, nos próximos anos, consolidar o papel de Moçambique como polo energético na região da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]”, descreveu o Presidente do Conselho de Administração, Marcelino Gildo Alberto, no relatório e contas da eléctrica estatal, a que a Lusa teve acesso, quinta-feira, 14 de setembro.
De acordo com o documento, a energia eléctrica produzida em 2022 em Moçambique ascendeu a 8.146 GigaWatt-hora (GWh), um aumento de 6% face a 2021, e deste total 1.730 GWh foram exportados para os países vizinhos, mais 5% do que no ano passado.
Desta forma, o peso das exportações de eletricidade da EdM – fornecidas a outros concessionários ou consumidores operando nos países da região da SADC abrangidos por acordos do mercado de energia da África austral – cifrou-se em 27% do total de 2022.
“A energia excedentária disponível nas horas de baixo consumo é otimizada através dos acordos bilaterais de exportação de energia para o mercado regional”, acrescenta a EDM.
A empresa explica ainda que “a maximização da disponibilidade dos 150 MegaWatts não firmes adicionais da Hidroeléctrica de Cahora Bassa nas horas de baixa demanda nacional, contribuiu para o aumento das exportações em 5% em relação a 2021”.
Em relação à procura, a energia total faturada aumentou em 7% face ao período homólogo de 2021, para 6.350GWh. Desta forma, tendo em conta a produção total de 8.146 GWh em 2022, mais de 20% da eletricidade produzida em Moçambique não foi faturada pela empresa.
No relatório, a EdM identifica ainda vários “constrangimentos” que estão a impactar as operações da empresa, como as “dívidas elevadas das instituições do Estado”, com destaque para as áreas do abastecimento de água e da Saúde, mas também a “dificuldade de cobranças da dívida do Ministério da Defesa”.
Reconhece igualmente o “défice de fundos para aquisição de material para manutenção e contadores”, a “fraca recuperação da dívida de energia retroativa”, resultando no “crescimento exponencial da dívida no sistema”.
Criada em 1977, a EDM tem como missão produzir, transportar, distribuir e comercializar energia eléctrica de produção própria, da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e dos Produtores Independentes de Energia.
“Sendo que a da HCB é a nossa fonte preferencial, devido ao custo significativamente mais reduzido que oferece em comparação com as restantes fontes”, admite a empresa, que é também responsável pela gestão de Rede Eléctrica Nacional moçambicana.
Segundo a EDM, dos 2.075 MW de capacidade instalada da HCB, “apenas 650 MW estão disponíveis para o mercado nacional”, o que “obrigou a recorrer à energia muito cara” dos Produtores Independentes de Energia, “para responder à crescente demanda que, em 2022, atingiu cerca de 1.044 MW”.
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