
EMP-Búzi Hydrocarbons da Indonésia vai investir cerca de US$120 milhões para construir uma plataforma de produção de Gás Natural Liquefeito
- Moçambique e Indonésia querem mudar a situação nas relações comerciais
As trocas comerciais entre Moçambique e Indonésia já chegaram a atingir a fasquia de 178.7 milhões de dólares norte-americanos, em 2013, mas, já em 2016, situaram-se apenas em US$ 44.5 milhões, e com tendência decrescente.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, que se mostrou desagradado com este nível irrisório de trocas comerciais bilaterais entre os dois Países, manifestou o desejo de ver as empresas da Indonésia a expandir os seus negócios para Moçambique, aproveitando as imensas oportunidades que o País oferece. Para o efeito, Nyusi convidou os empresários indonésios a reflectirem sobre o desafio de se instalarem em Moçambique, encorajando-os a serem mais flexíveis na sua decisão.
“Estão todos convidados a investirem em Moçambique”, afirmou o Chefe de Estado moçambicano, garantindo que o Governo tudo fará para facilitar a entrada no País das empresas indonésias.
O Presidente da República realçou que para facilitar os investimentos estrangeiros em Moçambique estão a ser tomadas medidas no concernente a reformas na legislação a esse respeito, mas também citou as mais recentes medidas tidas como amigas e promotoras de um melhor ambiente para o florescimento da iniciativa privada, o Pacote de Aceleração Económica (PAE).

Presidente da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), Álvaro Massingue
Álvaro Massingue, Presidente da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), expressou que, para lá além do entusiasmo, a ansiedade em ver as empresas da Indonésia a expandir os seus negócios para Moçambique, há que aproveitar efectivamente as imensas oportunidades que aquele País asiático oferece, particularmente nos sectores de tecnologia e produtos financeiros.
“Trata-se de sectores que pudemos testemunhar o enorme potencial existente no empresariado indonésio, aquando da nossa missão empresarial realizada no ano passado naquele País”, recordou Álvaro Massingue.
Num contexto de parcerias assentes no reforço do já existente Acordo de Comércio Preferencial entre Moçambique e Indonésia para o fortalecimento das relações comerciais, redução tarifária e eliminação de barreiras técnicas ao comércio, assinado no dia 27 de Agosto de 2019, em Maputo, Álvaro Massingue, manifestou a vontade de ver o País beneficiar da experiência da Indonésia, nos sectores da agricultura e pecuária, com todas as condições agro-ecológicas que Moçambique oferece, aliado ao extenso potencial de mercado nacional, ao abrigo das inicitivas como a Zona de Comércio Livre Continental Africana, o “Africa Grouth Opportunity ACT” (AGOA) que permitem que a partir de Mocambique se possa aceder aos mercados continental e internacional, mas citou também os sectores de hotelaria e turismo, energia, mineração e hidrocarbonetos.
O Presidente da CCM, expressou o desejo ver ultrapassados os actuais níveis de trocas comerciais entre Moçambique e a Indonésia, substituindo-as por fortes ligações empresariais
“Achamos que a nossa partilha mútua da Orla do Índico pode alavancar estas relações comerciais, bastando apenas o nosso compromisso mútuo e o fortalecimento de parcerias para investimentos mútuos”, frisou Álvaro Massingue,
O Presidente da CCM, para além de encarar com bastante optimismo os resultados do fórum de negócios entre os dois Países, mostrou-se expectante em sair do evento com parcerias firmadas, particularmente no quadro do memorando de entendimento, que as câmaras de comércio dos dois Países rubricaram.

Empresário indonésio e gestor de projectos da empresa EMP-Búzi Hydrocarbons da Indonésia, Iman Soerjasantosa
Por seu turno, os empresários indonésios consideraram o fórum de negócios, como sendo o combustível para incrementar a dinâmica que iniciou em 2009, quando os empresários daquele País asiático manifestaram o interesse de instalar os seus portfólios de investimento em Moçambique. “ Estamos prontos para investir e colocar muito investimento aqui”, disse Iman Soerjasantosa empresário indonésio e gestor de projectos da empresa EMP-Búzi Hydrocarbons da Indonésia, com concessão de 75% do interesse participativo no Bloco de Búzi, em Sofala, com reservas estimadas entre 10 e 16 mil milhões de pés cúbicos de gás natural, por um período de 25 anos, que já realizou desde 2019 investimento de cerca US$ 65 milhões, em várias componentes tais como perfurações de pesquisa de gás na região.
Iman Soerjasantosa, deu a conhecer que a sua empresa, planeia investir cerca de US$120 milhões para construir uma plataforma de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL).
“Neste momento temos um projecto em carteira de estudos sísmicos, e perfuração de um terceiro poço, por forma descobrir mais jazigos de gás”, informou Iman Soerjasantosa, para o gaudio da contraparte moçambicana expectantes por uma nova era de intercâmbio de negócios com a Indonésia, classificando o momento como “soberba oportunidade de fomento da cooperação”
Em contexto de recuperação do crescimento económico, ainda assim, Mocambique viu o Investimento Directo Estrangeiro (IDE), retrair no presente ano. Dados da Balança de Pagamentos do Banco de Moçambique, indicam. Nomeadamente para o I trimestre de 2023, um influxo de IDE em USD 460,1 milhões, o correspondente a um decréscimo em 66,8% em relação ao período homólogo de 2022, facto que impulsiona Moçambique a envidar todos os esforços para reverter este quadro.
A Indonésia, é a 16ª economia do mundo com um PIB de cerca de US$ 253 biliões. É a 32ª economia mais exportadora do mundo, US$ 167,4 mil milhões, 0,9% do total mundial.
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