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A Exxonmobil divulgou ontem, sexta-feira, 17/03, uma manifestação de interesse pelo FEED (Front End Engineering Design Services) e potencial EPC sugerindo um eminente regresso ao desenvolvimento do seu projecto de GNL Área 4 em Moçambique.

Os dados técnicos do documento pedem a concepção e construção de uma fábrica de GNL para processar 18 milhões de toneladas por ano, um aumento significativo em relação à capacidade original do projecto de 15,2 milhões de toneladas e apresenta um calendário apertado, uma vez que as candidaturas devem ser apresentadas até ao final do mês.

O bloco Área 4 é operado pela Rovuma Venture S.p.A. (70% – ExxonMobil, ENI Spa e CNPC), ENH (10%), KOGAS (10%) e Galp (10%). Os consideráveis volumes de gás inicialmente existentes (GIIP) identificados na Área 4 da bacia do Rovuma colocam-na como uma das regiões mais relevantes do mundo para o futuro da produção de gás natural.

O conflito na Ucrânia, entre outros factores, parece estar a causar uma corrida ao gás natural como uma solução favorita para a segurança e a transição energética. De acordo com um relatório de inteligência de mercado que que se debruça sobre o “cenário competitivo” do Mercado de GNL” da autoria da Maximize Market research, uma empresa global de consultoria de negócios de Energia e Energia, citado pela FurtherAfrica, espera-se que o mercado de GNL testemunhe uma taxa de crescimento significativa durante o período previsto, fornecendo infra-estrutura relevante para países em desenvolvimento, incluindo Moçambique.

São muito boas noticias para Moçambique, sobretudo porque o anúncio da Exxon , segue-se ao início das operações da plataforma flutuante de GNL Coral South da ENI em Novembro passado e a declaração da TotalEnergies, no mês passado, que está a considerar reiniciar o seu projecto de GNL na província de Cabo Delgado.

Tanto os projectos da TotalEnergies como da ExxonMobil foram suspensos há dois anos na sequência de um ataque de insurgentes à vila de Palma, mas, nos últimos seis meses, uma coligação de tropas do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ajudou as forças moçambicanas a libertar a área e a trazer de volta a sua população.

No início deste mês, Victoria Kwakwa, Vice-Presidente do Banco Mundial para a África Oriental e Austral, avaliou positivamente o regresso da normalidade à Palma e Mocímboa da Praia, juntamente com os projectos de gás, durante uma visita a Cabo Delgado.

Moçambique está a dar fortes sinais de recuperação de um período de 6 anos de turbulência económica e, apesar dos fortes desafios internos, a Fitch prevê que a economia cresça 6,55 este ano.

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