
Líderes empresariais adoptam a sustentabilidade para criar resiliência
- A acção empresarial não corresponde, neste momento, à ambição e ao ritmo necessários para alcançar os ODSs até 2030
- Novo estudo envolveu mais de 2,6 mil CEO’s em 128 países;
- Estudo indica que quase metade desses líderes empresariais em todo o mundo dizem que seus esforços de sustentabilidade foram prejudicados devido ao ambiente geopolítico.
- Os gestores executivos estão a viver um contexto global extremamente desafiador, com a grande maioria, cerca de 93%, a enfrentar 10 ou mais desafios simultâneos para seus negócios.
- Cerca de 87% alertam que os níveis atuais de interferências limitarão o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A análise faz parte do maior estudo sobre sustentabilidade sobre o grupo de líderes empresariais já realizado pelo Pacto Global da ONU e pela consultora Accenture.
O 12º estudo de CEOs da Accenture Global Compact das Nações Unidas é baseado em contribuições de mais de 2,6 mil executivos em 128 países, 18 sectores e mais de 130 entrevistas detalhadas.
De acordo com a pesquisa, embora os CEOs estejam cada vez mais preocupados com esses ventos contrários, quase 98% concordam que a sustentabilidade é fundamental para sua função. Essa opinião teve um crescimento de cinco pontos percentuais nos últimos 10 anos do estudo.
No estudo, os participantes alertam para o impacto de obstáculos convergentes nos negócios e na sociedade, desde falhas no multilateralismo e instabilidade socioeconómica, até interrupções na cadeia de suprimentos e os efeitos imediatos da mudança climática.
Segundo a Directora Executiva e CEO do Pacto Global da ONU, Sanda Ojiambo, “num mundo caracterizado por conflitos, escassez de energia, aumento da inflação e ameaça de recessão, o estudo deste ano mostra que os chefes executivos não acreditam que o mundo seja tão resistente a crises quanto era esperado.
Para ela, as empresas continuam a ser afectadas por vários choques, e o resultado disso é que a acção empresarial agora não corresponde à ambição e ao ritmo necessários para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.
O estudo identifica que, faltando apenas oito anos para alcançar os ODS, quase metade dos executivos em todo o mundo dizem que seus esforços de sustentabilidade foram prejudicados devido ao ambiente geopolítico, principalmente CEOs de países em desenvolvimento.
Sobre as emissões de carbono, ao examinar as metas líquidas zero estabelecidas pelas maiores empresas do mundo, a Accenture também descobriu que quase todas não atingirão suas próprias metas, a menos que dupliquem a taxa de redução de emissões de carbono até 2030.
Dois terços dos chefes executivos dizem que suas empresas estão engajadas em parcerias estratégicas de longo prazo para criar resiliência. Esses líderes estão reconfigurando as cadeias de suprimentos, requalificando suas forças de trabalho, reavaliando seu relacionamento com os recursos naturais e reimaginando os limites planetários por meio de avanços tecnológicos que abrangem soluções físicas, digitais e biológicas.
Relativamente a tecnologia, os CEO’s também identificam uma clara necessidade de se concentrar em tecnologia para encontrar soluções para enfrentar os desafios globais e impulsionar o crescimento.
De acordo com a pesquisa, os principais líderes empresariais já estão a incorporar a sustentabilidade em seus negócios por meio do lançamento de novos produtos e serviços para a sustentabilidade, aprimorando a coleta de dados de sustentabilidade nas cadeias de valor ao mesmo tempo que se realizam investimentos em fontes de energia renováveis.
Quanto a temática da biodiversidade, nas suas entrevistas, os participantes identificam as principais iniciativas para criar resiliência para as empresas, desde o estabelecimento de metas climáticas baseadas na ciência e o investimento na diversidade de sua força de trabalho até o envolvimento em parcerias entre setores em soluções de tecnologia, aumentando a visibilidade da cadeia de suprimentos e promovendo uma maior biodiversidade.
Além disso, os CEOs seguem pedindo o envolvimento do governo em mudanças de políticas que priorizem objectivos mensuráveis de longo prazo como estruturas padronizadas de relatórios, um mercado global de carbono e incentivos para modelos de negócios sustentáveis.