Malawi garante arrendamento de um espaço por 99 anos no Porto de Nacala – Carta

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Avança o jornal online “A Carta de Moçambique”, que o Governo do Malawi garantiu um contrato de arrendamento de 99 anos com Moçambique para desenvolver um terminal no Porto de Nacala para lidar com as importações e exportações de mercadorias para o País. Segundo a fonte, as autoridades do Governo, bem como especialistas em transporte e logística, dizem que o acordo aumentará o tráfego de cargas no Corredor de Nacala.

 Efectivamente, o recente acordo de arrendamento de 99 anos entre o Malawi e Moçambique para o desenvolvimento de um terminal no Porto de Nacala está a gerar controvérsia e informações contraditórias. Embora fontes malawianas afirmem que o acordo foi finalizado e que inclui a concessão de um espaço para o Malawi no porto mais profundo da África Austral, as autoridades moçambicanas ainda não confirmaram oficialmente a concessão. Tal “acordo”, entre Moçambique e Malawi, prevê a concessão de uma área do Porto de Nacala ao país vizinho por um período de 99 anos, marcando um novo capítulo nas relações comerciais e logísticas entre os dois países vizinhos. O Porto de Nacala, situado na província de Nampula, é considerado o porto mais profundo da África Austral e desempenha um papel central no comércio regional, especialmente para países sem saída para o mar, como o Malawi.

Segundo a “Carta”, o Governo do Malawi garantiu um contrato de arrendamento de 99 anos com Moçambique, que permitirá ao país desenvolver um terminal no Porto de Nacala. Este terminal será crucial para o manuseamento de importações e exportações, aumentando significativamente o tráfego de cargas ao longo do Corredor de Nacala. Especialistas em transporte e logística acreditam que este acordo não só melhorará a eficiência logística para o Malawi, como também promoverá o desenvolvimento económico regional.

Por sua vez, as publicações “World Cargo” e “Maritime News”, afirmam que o arrendamento inclui a construção e operação de um terminal que promete criar uma estrutura logística mais económica e eficiente. Com o porto mais profundo da região, o novo terminal deverá facilitar o comércio internacional e contribuir para a integração económica na África Austral.

No entanto, este acordo tem gerado informações contraditórias, especialmente no que diz respeito à formalização e confirmação da concessão por parte do Governo de Moçambique. Embora o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, tenha afirmado recentemente que o acordo ainda está em processo de formalização, ele também indicou que o espaço destinado ao Malawi no Porto de Nacala “pode servir como terminal específico para as mercadorias daquele país”.

Nyusi sublinhou ainda que o porto, após investimentos significativos, estará equipado com modernas infraestruturas e ferramentas de segurança, o que o tornarão  numa escolha preferencial para o Malawi em relação a outros portos da região, como Dar-es-Salam e Durban. Apesar das declarações do Presidente, o processo completo de assinatura dos termos de compromisso e a implementação de um balcão único para facilitar as operações transfronteiriças ainda estão em fase de negociação.

O jornal “e-Global” relata que o Presidente Nyusi anunciou oficialmente a concessão da área no Porto de Nacala ao Malawi após conversações em Maputo com o Presidente malawiano, Lazarus Chakwera. Segundo Nyusi, o acordo tem como objectivo responder aos desafios actuais no transporte de mercadorias entre os dois países e aliviar a congestão no porto.

Além disso, o acordo é visto como uma extensão do Corredor de Nacala, que já beneficia tanto o Malawi quanto a Zâmbia, oferecendo acesso ao mar e reforçando a conectividade regional. O Presidente Chakwera, por sua vez, manifestou satisfação com a possibilidade de reduzir os custos logísticos, o que poderia resultar em preços mais baixos para os consumidores malawianos.

Seja como for, a concessão de parte do Porto de Nacala ao Malawi representa uma mudança estratégica nas relações comerciais entre Moçambique e Malawi, com potencial para fortalecer a integração económica na África Austral. No entanto, as nuances do acordo e as fases subsequentes de implementação serão cruciais para determinar o sucesso desta iniciativa. À medida que as negociações continuam, espera-se que ambos os países esclareçam os termos e avancem com a formalização completa do acordo, garantindo que os benefícios esperados sejam plenamente realizados.

Este desenvolvimento reflecte não apenas o reforço das infraestruturas logísticas na região, mas também a importância de uma colaboração estreita entre nações para o crescimento económico sustentável e a facilitação do comércio internacional.

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