Manter posição estratégica do Porto de Maputo, focado no desenvolvimento integrado – MPDC
- A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo – MPDC assina hoje, 23/02, um contrato de extensão da Concessão do Porto de Maputo por mais 25 anos, com as atenções viradas para o aumento de capacidade de manuseamento de contentores, alargamento do terminal de carvão e de ferro crómio.
O consórcio formado por DP World e grupo Grindrod ganhou a extensão por mais 25 anos, num investimento de US$ 2 mil milhões que inicia em Junho, visando imprimir uma competitividade regional, particularmente a antecipação dos projectos da gigante África do Sul.
A informação foi avançada quarta-feira, cm Maputo, pelo Director Executivo do porto, Osório Lucas, no final de uma visita guiada a jornalistas para mostrar os projectos implementados e previstos para as novas áreas de concessão.
Entretanto, segundo o Director Executivo do MPDC, o consórcio prevê para breve, intervenção em projectos sociais como a reabilitação da ponte cais do distrito de kaNyaka, reabilitação das pontes cais de Maputo e kaTembe e a requalificação da Escola Náutica. Este projecto deverá custar US$ 15 milhões.
“A extensão da concessão tem muito significado não só em termos de comércio mas também na criação de emprego, rendimentos, oportunidades de negócios e desenvolvimento da economia moçambicana e dos países vizinhos”, enfatizou.
O Porto de Maputo é de importância estratégica no comércio externo, com destaque para a República da África do Sul, que representa quase 75 por cento da carga movimentada. No ano passado, por exemplo, o porto atingiu um novo patamar no manuseamento de mercadorias, com um recorde de 31,2 milhões de toneladas, representando um crescimento de mais de 16 por cento face a 2022. “A decisão da extensão do período é estratégica para o aproveitamento da janela de oportunidade disponível e permite que a MPDC se posicione como porta de entrada preferencial para os países da África Austral. Isso pode não se materializar se os investimentos forem feitos em uma fase posterior do prazo da concessão”, acrescentou.
O consórcio tem 25 anos para gerir o porto de Maputo, ou seja, até 2058. O Conselho de Ministros aprovou o acordo na terça-feira, 23 de Janeiro, conforme indica o comunicado do Conselho de Ministros. O acordo inclui investimentos de cerca de US$ 1,1 mil milhões de dólares até 2033, altura em que a concessão original deveria terminar. Trata-se da Quarta Adenda ao Contrato de Concessão celebrado em 22 de Setembro de 2000, ao abrigo do Decreto n.° 22/2000, de 25 de Julho.
O MPDC através do seu Plano Director, cujo alcance transcende o ano 2043, perspectiva o crescimento de volumes que podem chegar até as 42 milhões de toneladas por ano em 2033 e 54 milhões de toneladas por ano em 2043.
A capacidade do porto deverá aumentar para 54 milhões de toneladas por ano até 2058, contra 37 milhões de toneladas este ano, conforme a adenda do acordo de concessão.
Isso inclui a expansão de um terminal de carvão na Matola, próximo de Maputo, para 18 milhões de toneladas por ano, de 7,5 milhões de toneladas. A capacidade anual de transporte marítimo de contentores quase quadruplicará para um milhão de unidades durante o mesmo período.
O Porto de Maputo tem crescido rapidamente nos últimos anos, uma vez que responde à procura da crescente economia de Moçambique e às exportações da vizinha África do Sul.
As empresas mineiras de carvão, crómio e magnetite, têm vindo a enviar volumes crescentes por camião/estrada para Maputo, uma vez que os bloqueios nos caminhos-de-ferro e nos portos da Transnet SOC Ltd, empresa estatal sul-africana, lhes custaram milhares de milhões de dólares em receitas perdidas. São 10 milhões de toneladas de minérios manuseados por ano vindos também do Zimbabwe.
O terminal de viaturas é um dos recentes investimentos do Porto com capacidade de manusear 200 000 viaturas por ano. Mais ainda, três dos cinco melhorados nos últimos anos, recebem navios com maior calado, numa extensão de 500 metros.
O volume de exportação de açúcar atinge 8 toneladas por hora.
O porto investiu também em equipamentos, instalando gruas que manuseiam 360 toneladas por hora. Este processo no passado era moroso, operado pelas gruas dos próprios navios.
Actualmente são manuseados 270 mil contentores por ano, sendo que até ao fim da concessão o número deverá atingir um milhão.
Outro investimento do porto é a formação. Com um centro de formação profissional inaugurado em 2019, o porto já formou 10 mil pessoas, incluindo 400 raparigas. No centro estão instalados cinco simuladores (combos) RTG e MHC de ponta para operadores de guinchos, grupas e empilhadoras. As simuladoras estão orçadas em um milhão de dólares norte-americanos.
“Estamos a trabalhar para certificação do centro, sendo que é o único de formação portuária e Moçambique”. Disse Osório Lucas.
Os formandos vêm das empresas interessadas e tem uma capacitação que vai até 120 dias (teoria e prática), alguns são enquadrados através da pré-inscrição no na página web do porto.
Comentários
Airlink decide manter voos para Moçambique apesar de caso judicial
10 de Janeiro, 2025
Conecte-se a Nós
Economia Global
-
Novo Governo de Moçambique toma posse sob a liderança de Daniel Chapo
18 de Janeiro, 2025
Mais Vistos
Sobre Nós
O Económico assegura a sua eficácia mediante a consolidação de uma marca única e distinta, cujo valor é a sua capacidade de gerar e disseminar conteúdos informativos e formativos de especialidade económica em termos tais que estes se traduzem em mais-valias para quem recebe, acompanha e absorve as informações veiculadas nos diferentes meios do projecto. Portanto, o Económico apresenta valências importantes para os objectivos institucionais e de negócios das empresas.
últimas notícias
-
Novo Governo de Moçambique toma posse sob a liderança de Daniel Chapo
18 de Janeiro, 2025
Mais Acessados
-
Economia Informal: um problema ou uma solução?
16 de Agosto, 2019 -
LAM REDUZ PREÇO DE PASSAGENS EM 30%
25 de Maio, 2023 -
FACIM 2023 decorrerá de 28 de Agosto a 02 de Setembro
28 de Junho, 2023