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Mulheres na economia: Forjando caminhos e alternativas para autonomia e resiliência económica das mulheres

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São vários os estudos, credíveis, que nos últimos tempos tem vindo a destacar a importância da participação da mulher na economia.

As mulheres representam, hoje, globalmente, 49,6% da população total, 66% das mulheres desempenham todo o trabalho existente mundo, produzem 50% de toda a comida, mas apenas são 40,8% da mão-de-obra do sector formal, recebem apenas 10% do rendimento, e são donas de 1-2% da propriedade.

Há ainda o facto de as mulheres emprestarem o seu rosto para a representação da pobreza. Mulheres e meninas sofrem desproporcionalmente do fardo da pobreza extrema – constituem 70% das 1.5 mil milhões de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia.

Há mais: fora do sector agrícola, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento, as mulheres continuam a ganhar menos de 78% do salário pago a um homem pelo mesmo trabalho.

Está oficialmente contabilizado que, aproximadamente 187 milhões de mulheres empreendedoras a nível mundial, detêm pelo menos 32-39% de todas as empresas privadas na economia formal.

No contexto moçambicano, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), 32,6% dos agregados familiares rurais onde se concentra a maior parte das famílias moçambicanas (80%) são chefiadas por mulheres, que geralmente estão em desvantagens em termo de acesso de recursos para produção e são vulneráveis a efeitos económicos adversos. Cerca de 3,8% das mulheres estão nas actividades informais, 2,2% frequentam o ensino superior, e 3,6% das melhores estão empregues no sector doméstico.

São argumentos bastantes para que se esteja a assistir, também localmente, (Moçambique), uma espécie de corrente pela inclusão económica da Mulher. A mais recente realização, nessa perspectiva, foi a conferência “Mulheres na Economia”, organizado pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), que levou como lema, “forjando caminhos e alternativas para autonomia e resiliência económica das mulheres”. A ideia da FDC é criar um movimento com acções de seguimento, propostas de soluções concretas e mudança de narrativa, saindo do discurso de vitimização e luta pelos direitos latos para uma abordagem de participação e inclusão da mulher na economia.

Líder da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Graça Machel

A conferencia que teve lugar esta terça-feira, 27/06, em Maputo, Graça Machel, líder desta organização da sociedade civil, observou ser inequívoco que Moçambique é uma referência em África em matérias de inclusão das mulheres, mas admitiu ser necessário, ainda, impulsionar a força da mulher na economia. Graça Machel desafiou as mulheres moçambicanas a exercerem um papel activo nas indústrias de manufactura, agro-indústria, e a construírem empresas que agreguem valor.

Directora Nacional de Género, Geraldina Juma

Geraldina Juma, Directora Nacional de Género, mencionou o Programa Nacional de Empoderamento Económico da Mulher, levado acabo pelo Governo, como sendo um instrumento que promove o acesso das mulheres à formação, ao emprego e aos recursos produtivos, por forma a combater as desigualdades históricas entre mulheres e homens.

Geraldina Juma destacou que em 2022, 43% dos 4243 títulos de Direito Uso Aproveitamento de Terra (DUAT) foram atribuídos a mulheres da produção agrícola, e também foram assistidas cerca de 551.238 mulheres para produção agrícola. Juma falou também do programa “Emprega” sobre o qual revelou que 50 empresas de jovens beneficiaram de financiamento através da componente do plano de negócio dos quais 25 foram mulheres, o que representa uma participação feminina na ordem de 50 %. No entanto, a despeitos dos avanços destacados, admitiu a persistência de desafios no acesso aos recursos produtivos aos serviços financeiros, devido a níveis baixos de inclusão financeira da mulher como corolário de, entre outros factores, os baixos níveis de literacia financeira.

Alta – Comissária do Canadá, Sara Nicholss

Alta – Comissária do Canadá Sara Nicholss, uma das intervenientes na Conferência, destacou a capacitação das mulheres e a promoção da igualdade de género nas esferas social e económica, considerando estes dois aspectos como sendo a garantia para a paz e a honra das mulheres.

Sara Nicholss, afirmou que quando as mulheres desenvolvem todo o seu potencial económico, quer seja na agricultura, liderança, inovação, gestão, e outras esferas, as economias prosperam em benefícios e crescimento. a Alta – Comissária do Canadá  disse que o seu País, ao nível mundial, esta promover a capacitação económica das mulheres, apostando em áreas de formação em empreendedorismo no investimento avaliado em perto de 7 mil milhões de dólares canadianos o que corresponde a cerca de US$ 5,4 mil milhões.

A diplomata disse ainda que o Canadá defende que os acordos comerciais da qual Moçambique é signatário devem ser inclusivos para assim salvaguardar o interesse das mulheres no comércio internacional.

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