
ONU pede urgente US$ 500 biliões anuais de investimento nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável
Segundo a Organização das Nações
Unidas (ONU), os países em desenvolvimento precisam de aumento massivo de
financiamento de longo prazo.
São necessidades de
financiamento alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O Incentivo ODS pede 500 biliões de dólares anuais para investimentos em
energia renovável, proteção social universal, criação de trabalho decente,
cuidado em saúde, educação de qualidade, sistemas alimentares sustentáveis,
infraestrutura urbana e transformação digital, numa altura em que o número de
novas pessoas que entram para a pobreza extrema está estimado em 175 milhões até
2030.
A
ONU considera que o sistema financeiro global está a falhar em amortecer efectivamente
os impactos da actual crise– pandemia de COVID-19, guerra na Ucrânia e a
emergência climática em andamento, dai que peça um urgente e significativo aumento no
financiamento para o desenvolvimento sustentável.
"As
crises múltiplas agravam o impacto nos países em desenvolvimento – em grande
parte por conta de um sistema financeiro global injusto, de curto prazo,
sujeito a crises e que exacerba desigualdades", alertou o Secretário-Geral
da ONU, António Guterres, no lançamento
do Incentivo ODS, feito nesta sexta-feira, 17/02.
"Precisamos
aumentar massivamente o financiamento acessível de longo prazo alinhando todos
os fluxos de financiamento aos ODS e aprimorando os termos de empréstimo dos
bancos de desenvolvimento multilaterais", enfatizou o Secretário-Geral.
"O alto custo do débito e os crescentes riscos de dificuldades de dívida
demandam acção decisiva para disponibilizar pelo menos US$ 500 biliões anuais para
os países em desenvolvimento e converter empréstimo de curto prazo em dívida de
longo prazo com taxas de juros mais baixas".
A
meio caminho do prazo para a Agenda 2030, o progresso ODS – a referência para
sair de crises – não está onde deveria estar. Para reverter isso e ter um
progresso consistente rumo aos Objetivos, o Incentivo ODS aponta a necessidade
da comunidade internacional se unir para mobilizar investimentos para os ODS –
mas, ao fazer isto, criar uma nova arquitetura financeira internacional que
possa garantir que financiamento seja automaticamente investido em apoio a
transições justas, inclusivas e igualitárias entre todos os países.
O actual
sistema financeiro global – originalmente criado para garantir uma rede de
segurança global durante choques – é precisamente onde os países mais pobres
viram suas dívidas escalarem em 35% em 2022. A "grande divisão
financeira" continua a se proliferar, deixando o “Sul Global” mais susceptível
a choques. Países em desenvolvimento não têm recursos que precisam urgentemente
para investir na recuperação, na acção climática e nos ODS, deixando-os ainda
mais para trás quando as próximas crises vierem – e terão menos chances de se
beneficiar de transições futuras, incluindo a transição verde.
Até
Novembro de 2022, 37 dos 69 países mais pobres do mundo estavam com alto risco
ou já em crise financeira, enquanto um em cada quatro países de renda média –
que têm a maioria das pessoas mais pobres – estavam em grande risco de crise
fiscal. Por isso, o número de novas pessoas entrando na extrema pobreza
em países em crise financeira ou em risco de entrar em crise financeira está
estimado em 175 milhões em 2030.
Mesmo
antes do recente aumento nas taxas de juros, os países menos desenvolvidos que
tomaram empréstimos de mercados de capital internacionais normalmente pagavam
taxas de 5 a 8%, comparado a 1% para muitos países desenvolvidos.
O
Incentivo ODS visa compensar condições de mercado desfavoráveis enfrentadas por
países em desenvolvimento através de investimentos em energia renovável,
proteção social universal, criação de trabalho decente, cuidado em saúde,
educação de qualidade, sistemas alimentares sustentáveis, infraestrutura urbana
e transformação digital.
Segundo
a ONU, aumentar o financiamento em US$ 500 biliões por ano é possível através
de uma combinação de fundos concessionais e não-concessionais, numa forma de
reforço mútuo.
Como
enfatizado pelo Secretário-Geral da ONU, o Incentivo ODS, embora ambicioso,
é alcançável: “Investir nos ODS é ao mesmo tempo sensato e viável: é um
ganha-ganha para o mundo, já que as taxas de retorno econômicas e sociais no
desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento são muito altas”.
Mas
para que isto aconteça, “é crítico que haja urgente vontade política para acções
coordenadas e conjuntas para implementar este pacote de propostas
interconectadas em tempo hábil”.
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