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Porto de águas profundas de Techobanine será crucial para exportação de minerais

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Em uma significativa iniciativa trilateral, Moçambique, Botswana e Zimbabwe reactivaram o ambicioso projecto do porto de águas profundas de Techobanine, localizado no distrito de Matutuíne, província de Maputo. O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, destacou que a construção do porto trará inúmeros benefícios económicos e logísticos para a região.

Durante a Cimeira Tripartida entre Moçambique, Botswana e Zimbabwe, realizada na sexta-feira, 12/07, em Milibangalala, Nyusi ressaltou a importância estratégica do porto. “Além de beneficiar os países do interior, o porto aliviará o congestionamento dos portos de Durban e Richards Bay na África do Sul, estabelecendo uma nova rota alternativa na região”, afirmou o Presidente moçambicano.

Benefícios económicos e ambientais

O projecto Techobanine é visto como uma resposta ao crescimento da produção mineira dos países beneficiários, especialmente em um momento de transição energética. Nyusi destacou que o desvio da carga de minérios poluentes para o novo porto reduzirá os danos ambientais em Maputo, melhorando a qualidade de vida na capital moçambicana.

Com 20 metros de profundidade e um quilómetro de extensão na costa, o porto está estrategicamente localizado nas rotas marítimas internacionais. Ele conectará directamente os países do interior, como Botswana e Zimbabwe, aos mercados globais, facilitando o transporte de mercadorias, incluindo combustíveis e minérios. Uma área de 13 mil hectares associada ao porto será destinada a uma zona franca e industrial, pronta para a implementação de diversas unidades industriais.

Investimento e Infraestrutura

A construção do porto de Techobanine está orçada entre 800 milhões e 1,9 bilhão de dólares americanos. O presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, reafirmou o compromisso do seu país com o projeto, alinhado à estratégia de desenvolvimento nacional. “O Zimbabwe está pronto para cumprir suas obrigações, mostrando nosso compromisso com este importante projeto de infraestrutura”, afirmou Mnangagwa.

O Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, também expressou seu apoio, enfatizando que o projecto será uma prioridade para Botswana. “O Mnangagwa e eu já mostramos que vamos apoiar Moçambique. O melhor presente que podemos oferecer ao país são portos e ferrovias”, declarou Masisi, em um tom de compromisso e otimismo.

Financiamento e estudo de viabilidade

Na mesma cimeira, foram assinados três acordos cruciais para a viabilização do projeto: um pedido de financiamento ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), um acordo de transporte de mercadorias entre os três países, e um acordo para a construção do próprio porto. Antes da construção, um estudo de viabilidade, custando entre três a quatro milhões de dólares, será conduzido pelo BAD.

O Ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala, explicou que o BAD já manifestou interesse informal no estudo, faltando apenas a formalização do processo. “Os países do interior necessitam de uma infraestrutura adequada para o transporte de mercadorias, e Moçambique é a solução ideal”, afirmou Magala.

Impacto no comércio regional

O porto de Techobanine promete ser uma solução logística inovadora, não apenas para aliviar os portos sul-africanos, mas também para impulsionar o desenvolvimento económico regional. Com a infraestrutura adequada, espera-se um aumento significativo no comércio e na movimentação de mercadorias, beneficiando directamente Moçambique, Botswana e Zimbabwe.

À medida que os países avançam com este empreendimento, a expectativa é que ele traga prosperidade e crescimento econômico sustentável para toda a região.

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