
Dólar Enfraquece com Expectativas de Cortes nas Taxas de Juro e Incertezas Tarifárias
- Probabilidade de corte em Setembro atinge 94%, enquanto investidores analisam impacto das tarifas de Trump e sinais divergentes de política monetária global
Questões-Chave:
- Traders precificam 94% de probabilidade de corte da Fed em Setembro;
- Dólar atinge mínimo de uma semana; euro e libra ganham força;
- Goldman Sachs antecipa até três cortes consecutivos de 25 pontos base;
- Yen japonês valoriza-se após sinais do Banco do Japão sobre possível retoma do aperto monetário;
- Incerteza sobre tarifas dos EUA afecta previsões de crescimento e estabilidade global.
O dólar norte-americano recuou esta terça-feira, 05 de Agosto de 2025, pressionado pela crescente expectativa de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA, à medida que aumentam os sinais de fragilidade no mercado laboral e persistem incertezas quanto ao impacto das tarifas recentemente impostas pela administração Trump.
Segundo a ferramenta CME FedWatch, os mercados já incorporam uma probabilidade de 94,4% de um corte de taxas na próxima reunião da Fed, agendada para Setembro, em comparação com apenas 63% há uma semana. A reavaliação segue-se ao relatório de emprego publicado na sexta-feira, que revelou sinais de desaceleração do mercado laboral norte-americano.
O impacto imediato sobre a moeda foi evidente. O índice do dólar, que mede o desempenho da divisa face a seis outras moedas, recuou para 98,688, o nível mais baixo em uma semana. O euro comprava 1,1579 dólares, enquanto a libra esterlina subia para 1,3298 dólares.
A turbulência no mercado foi exacerbada pela decisão do Presidente Donald Trump de despedir um alto responsável estatístico e pela demissão da Governadora da Fed, Adriana Kugler. Estes acontecimentos aumentaram a apreensão dos investidores quanto à estabilidade das instituições económicas dos EUA.
Goldman Sachs já prevê três cortes consecutivos de 25 pontos base, a iniciar-se em Setembro, podendo chegar a 50 pontos caso o desemprego aumente significativamente. A presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly, declarou que
“o tempo para cortes de taxas está a aproximar-se” e que “não se pode esperar indefinidamente”.
Tensões comerciais e movimentos cambiais globais
As incertezas em torno das tarifas comerciais também persistem. Os EUA impuseram novas tarifas sobre dezenas de países, reacendendo receios quanto ao impacto na economia global e nas cadeias de abastecimento. Rodrigo Catril, estratega cambial do National Australia Bank, comparou os efeitos destas tarifas ao choque pandémico:
“Provavelmente levará de seis meses a um ano até se perceber quem são os vencedores e perdedores”, disse.
Enquanto isso, o iene japonês valorizou-se para 146,95 por dólar, após a acta da reunião de Junho do Banco do Japão revelar que alguns membros defendem a retoma dos aumentos nas taxas, caso as tensões comerciais diminuam. O franco suíço manteve-se estável após ter recuado 0,5%, à medida que a Suíça tenta evitar tarifas de 39% sobre as suas exportações para os EUA.
Nos mercados bolsistas, os índices recuperaram do forte recuo de sexta-feira. O Dow Jones subiu 1,33%, o S&P 500 avançou cerca de 1,5% e o Nasdaq quase 2%.
Outras moedas também registaram ganhos: o dólar australiano subiu 0,11% para $0,64736 e o neozelandês para $0,5914.
“Apesar das dificuldades nas moedas pró-crescimento, o dólar enfrenta pressões estruturais que continuam a empurrá-lo para baixo”, conclui Catril.
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