
Petróleo Mantém-Se Estável, Mas Queda das Reservas nos EUA Dá Suporte aos Preços
Questões-Chave
- Cotações do Brent e do WTI registaram ligeiras variações após ganhos expressivos no dia anterior;
- Queda de 3,82 milhões de barris nas reservas norte-americanas sustenta o mercado;
- Exportações do Curdistão iraquiano permanecem paralisadas, limitando a oferta global;
- Produção da Chevron na Venezuela afectada por novas regras, reduzindo exportações de crude pesado para os EUA;
- Incerteza quanto à trajectória da Reserva Federal norte-americana sobre taxas de juro limita ganhos adicionais.
Os preços do petróleo mantiveram-se praticamente inalterados esta quarta-feira, 24 de Setembro, em Singapura, após relatório sectorial revelar uma queda significativa das reservas de crude nos Estados Unidos, factor que contribui para a sustentação de preços num mercado já pressionado por restrições de oferta.
De acordo com dados citados pela Reuters, o Brent valorizou 3 cêntimos, fixando-se em 67,66 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) avançou 5 cêntimos, para 63,46 dólares, às 06h30 GMT. No dia anterior, ambos os índices haviam ganho mais de um dólar por barril, impulsionados pelo impasse nas negociações que deveriam permitir a retoma das exportações do Curdistão iraquiano.
O acordo, envolvendo Bagdade, o governo regional curdo e companhias petrolíferas, previa o reinício das exportações de cerca de 230 mil barris diários para a Turquia. Contudo, divergências quanto a garantias de pagamento mantêm suspenso o fluxo do oleoduto desde Março de 2023, privando o mercado de um volume relevante.
Segundo Emril Jamil, analista sénior de petróleo da LSEG, “espera-se que os preços continuem sustentados, mas dentro de uma faixa limitada no curto prazo”. O especialista sublinha que as interrupções no fornecimento da Rússia reforçam a tendência de suporte, mas o alcance de ganhos adicionais está condicionado pela incerteza em torno da política monetária da Reserva Federal dos EUA.
O American Petroleum Institute (API) reportou uma diminuição de 3,82 milhões de barris nas reservas de crude e de 1,05 milhões de barris nas reservas de gasolina na semana terminada a 19 de Setembro, enquanto as reservas de destilados subiram em 518 mil barris. Apesar destes números, os dados oficiais da Administração de Informação Energética (EIA), a divulgar-se mais tarde, deverão apontar para um cenário oposto: aumento das reservas de crude e gasolina e ligeira queda nos destilados.
A oferta global enfrenta ainda novos constrangimentos. A Chevron, que produz cerca de 240 mil barris diários na Venezuela em parceria com entidades locais, apenas poderá exportar metade desse volume para os EUA, devido a novas regras impostas recentemente. Embora a empresa tenha recebido em Julho autorização para operar no país sul-americano, as restrições reduzirão a entrada de crude pesado venezuelano no mercado norte-americano.
Assim, a conjugação de factores geopolíticos e estruturais — desde a paralisação no Curdistão até às limitações impostas à Chevron —, associada à evolução da procura e às incertezas macroeconómicas, mantém o petróleo num patamar de relativa estabilidade, mas com sinais claros de suporte em função da oferta restrita.

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