
Tarifas dos EUA Geram Divisões na APEC e Comprometem Declaração Conjunta
Destaques
- Reunião da APEC termina sob tensão, marcada por divergências sobre tarifas e reforma da OMC;
 • EUA impuseram direitos de importação acima de 10% a mais de metade dos membros da APEC;
 • Representante Comercial dos EUA reuniu-se com China, Coreia do Sul e Malásia num esforço de desanuviamento;
 • Possibilidade de declaração conjunta está em risco, à semelhança do que sucedeu no G20.
As tensões comerciais protagonizadas pelos Estados Unidos voltaram a marcar a agenda da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), cuja reunião de dois dias, encerrada esta sexta-feira na ilha de Jeju, Coreia do Sul, ficou ensombrada por divisões em torno das tarifas norte-americanas e da reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), comprometendo a possibilidade de uma declaração conjunta.
A reunião da APEC, a primeira de grande escala após o anúncio do Presidente Donald Trump de tarifas generalizadas que afectam mais de metade dos 21 membros do bloco, deixou em evidência o grau de polarização nas abordagens ao comércio internacional. O encontro decorreu num momento em que a região Ásia-Pacífico se ressente do impacto das barreiras tarifárias impostas por Washington, com a própria APEC a alertar para uma forte desaceleração das exportações regionais em 2024.
No centro das discussões esteve não apenas a agenda tarifária dos EUA, mas também as propostas de reforma da OMC, instituição que a administração norte-americana acusa de beneficiar deslealmente países como a China. Os EUA suspenderam recentemente o seu financiamento à organização, aprofundando as fricções com outros membros.
Apesar dos esforços diplomáticos de última hora, várias delegações manifestaram cepticismo quanto à viabilidade de uma declaração conjunta. As negociações de bastidores prolongaram-se até à noite de quinta-feira, com alguns representantes a admitir que o desfecho possa ser semelhante ao da reunião do G20 em Fevereiro, que terminou apenas com um “resumo do presidente” devido à falta de consenso.
A presença do Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, atraiu significativa atenção, levando vários países a elevarem o nível das suas delegações. Greer reuniu-se com o Vice-Ministro do Comércio da China, Li Chenggang, dando continuidade às conversações iniciadas em Genebra, onde ficou acordada uma trégua tarifária de 90 dias.
Outras reuniões relevantes incluíram encontros com o Ministro do Comércio da Coreia do Sul, Cheong In-kyo, e com o seu homólogo da Malásia, Tengku Zafrul Aziz. Ambos manifestaram sinais de abertura e interesse em resolver as tensões comerciais. Em paralelo, Greer manteve conversações com responsáveis do sector privado, incluindo o vice-presidente executivo da HD Hyundai, Chung Kisun, com vista à expansão da cooperação bilateral no sector da construção naval.
A controvérsia em torno das tarifas aduaneiras e das reformas da OMC reflecte uma crescente fragmentação do sistema multilateral de comércio, colocando em xeque os mecanismos tradicionais de coordenação e previsibilidade económica. A ausência de uma posição comum na APEC poderá sinalizar novas dificuldades na cimeira de líderes prevista para o final do ano.
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