
Relatório do PNUD Revela Abrandamento Histórico no Progresso Humano Global
- Inteligência Artificial surge como oportunidade para reabrir caminhos de desenvolvimento inclusivo
- O progresso do desenvolvimento humano está a registar a maior desaceleração em 35 anos;
- Excluindo os anos de crise de 2020–2021, o aumento projectado para 2024 no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o mais baixo desde 1990;
- A desigualdade entre países de baixo e muito alto IDH aumentou pelo quarto ano consecutivo, invertendo uma tendência de convergência global;
- Principais factores: tensões comerciais, agravamento da crise da dívida e fenómeno de “industrialização sem emprego”;
- IA é vista como potencial catalisador: 60% dos inquiridos acreditam que criará novas oportunidades de emprego;
- Apenas 13% temem perdas de postos de trabalho, enquanto 70% nos países de baixo/médio IDH esperam aumento de produtividade;
- O relatório defende três frentes de acção:
- Construir economias onde as pessoas colaborem com a IA em vez de competirem contra ela;
- Incorporar agência humana em todo o ciclo de vida da IA;
- Modernizar os sistemas de educação e saúde para responder às exigências do século XXI.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) alertou ontem, em Bruxelas, que o progresso humano global está a atravessar a maior desaceleração em 35 anos, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2025. O documento aponta a Inteligência Artificial (IA) como uma das principais oportunidades para reavivar a agenda do desenvolvimento inclusivo e sustentável.
Intitulado “A matter of choice: people and possibilities in the age of Artificial Intelligence”, o relatório revela que, ao invés de uma recuperação robusta após a crise pandémica de 2020–2021, o mundo entrou num ciclo de crescimento anémico no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
“Se o fraco progresso de 2024 se tornar a nova norma, a meta de alcançar um mundo de muito alto desenvolvimento humano até 2030 poderá atrasar-se por décadas, tornando o nosso planeta menos seguro, mais dividido e vulnerável a choques económicos e ambientais”, afirmou Achim Steiner, administrador do PNUD.
O estudo evidencia que os países de baixo IDH enfrentam desafios particularmente graves, como tensões comerciais crescentes, crise da dívida e o risco da chamada “industrialização sem empregos”, fenómeno em que os avanços tecnológicos substituem postos de trabalho antes de estes sustentarem o desenvolvimento económico.
Apesar dos riscos, a sondagem global incluída no relatório mostra um otimismo cauteloso em relação à IA: metade dos inquiridos admite que o seu trabalho pode ser automatizado, mas seis em cada dez esperam que a tecnologia crie novas oportunidades. Nos países de baixo e médio IDH, 70% acreditam que a IA vai aumentar a produtividade, sobretudo em sectores como educação, saúde e trabalho.
Para o PNUD, a democratização do acesso à IA já está em curso, com um em cada cinco inquiridos a declarar que já utiliza a tecnologia. Contudo, o relatório alerta que a verdadeira divisão não será no acesso, mas na capacidade de complementar e potenciar o trabalho humano.
“Com as políticas certas e um foco nas pessoas, a IA pode tornar-se uma ponte crucial para novos conhecimentos, competências e ideias, empoderando desde agricultores até pequenos empresários”, sublinhou Pedro Conceição, Director do Gabinete de Relatórios de Desenvolvimento Humano do PNUD.
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