
Banco Mundial sugere mudança de paradigma de desenvolvimento, da agricultura para os serviços
- Os serviços são importantes para o crescimento e o emprego
- O Governo está a tomar medidas importantes para apoiar a recuperação económica, estimulando o crescimento do sector privado, incluindo a aprovação de um pacote de medidas de aceleração económica
Interpelando as razões pelas quais os serviços são importantes para o crescimento e o emprego, a 9ª Edição do Relatório Actualidade Económica de Moçambique do Banco Mundial destaca o papel dos serviços na aceleração do crescimento económico e na geração de empregos. O relatório enfatiza a necessidade de reduzir dependência na agricultura de baixa produtividade e na indústria extractiva, propondo um modelo de desenvolvimento baseado em fontes diversificadas de crescimento, produtividade e empregos. Descreve ainda opções de reformas para fortalecer o papel do sector de serviços como eixo central da economia.
O posicionamento foi tornado público, na tarde de hoje, sexta-feira, 10/03, em Maputo, num evento que foi testemunhado pelo Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, a Vice-presidente do Banco Mundial para a África Oriental e Austral, Victoria Kwakwa, de visita à Moçambique de 6 a 11 de Março, a Directora do Banco Mundial para Moçambique, Idah Pswarayi-Riddihough entre outros altos responsáveis e quadros do Governo, do Banco Mundial, dos parceiros de desenvolvimento e organizações da sociedade civil.
O Banco Mundial frisa que a recuperação económica de Moçambique está a ganhar força, com o crescimento a atingir 4,1% em 2022, apesar dos ventos contrários à economia global marcados pelo aumento dos preços dos combustíveis e dos alimentos.
“As perspectivas económicas a médio prazo são positivas, prevendo-se que o crescimento acelere para 6% ao longo de 2023-2025, impulsionado pela recuperação contínua dos serviços, pelo aumento da produção de gás natural liquefeito e pelos elevados preços das matérias-primas. No entanto, os riscos descendentes associados a choques climáticos, riscos de segurança e pressões sobre os preços dos produtos alimentares e dos combustíveis poderão reduzir o crescimento do PIB a médio prazo para 4,5%.”. Afirma o Banco Mundial
“Olhando para o futuro, um crescimento sustentado, amplo e inclusivo exigirá aumentar a produtividade nos serviços e estimular a formalização de empresas informais, ao mesmo tempo que fortalece as ligações entre sectores”, disse Idah Pswarayi-Riddihough, Directora do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Comores e Seycheles. “Os serviços podem ser uma via para o crescimento inclusivo e a criação acelerada de emprego”, acrescentou.
De acordo com o Banco Mundial, o forte desempenho de crescimento de Moçambique nas últimas décadas ajudou a reduzir a pobreza. No entanto, o crescimento não tem sido suficientemente inclusivo, facto que deve-se, em parte, à forte dependência da indústria extractiva, com ligações limitadas à economia em geral, e à baixa produtividade no sector agrícola – a principal fonte de subsistência para os pobres.
“Com mais de meio milhão de pessoas a entrar na força de trabalho todos os anos, criar mais e melhores empregos é um desafio urgente para Moçambique”, disse Fiseha Haile, Economista Sénior do Banco Mundial para Moçambique.
O Banco Mundial observa que o Governo está a tomar medidas importantes para apoiar a recuperação económica, estimulando o crescimento do sector privado, incluindo a aprovação de um pacote de medidas de aceleração económica em agosto de 2022. Para o Banco Mundial o plano surge num momento oportuno, numa altura em que a economia está a recuperar de um abrandamento prolongado após choques consecutivos, incluindo dívidas ocultas, ciclones, insurgência e a pandemia de COVID-19.
A 9ª edição da “Actualização Económica de Moçambique: O Papel dos Serviços no Crescimento Económico e Geração de Empregos, aponta para a necessidade de reformas que possam reforçar o papel do sector privado e promover o acesso ao financiamento, reduzindo o custo do crédito bancário, bem como oferecendo garantias de crédito às pequenas empresas. Reconhece ainda a necessidade de transformar os serviços em actividades mais sofisticadas — como as TIC, as finanças e os serviços profissionais e empresariais — para que o sector se torne um motor de crescimento inclusivo e de criação de emprego.
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