
Gergelim, feijão e mandioca não cederam à praga da lagarta em 2018
Dados do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) revelam um crescimento da comercialização agrícola de 9%, em 2018, comparado com o ano anterior. Uma tendência que continuou no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com a mesma fonte, contribuíram para este resultado o bom desempenho em culturas, como o gergelim, o feijão e mandioca, enquanto que, do lado contrário, o ICM aponta que o resultado menos positivo nos cereais deveu-se fundamentalmente a praga da lagarta de funil que afectou tanto a produção como a comercialização.
Em 2018, foi registado um volume de comercialização de 13 milhões de toneladas de produtos diversos, contra 12.7 toneladas que estava planificado, representando nível de realização de 103%.
Em entrevista ao “O Económico”, o Director Geral do Instituto de Cereais de Moçambique, Momed Valá, fez balanço positivo da comercialização agrícola e destacou a melhoria de preços de compra aos produtores.
Outro produto que regista a melhoria de preços é o gergelim, que é comercializado a 53 meticais quilograma. Ainda assim, abaixo da metade do seu preço no mercado internacional.
“O gergelim no Niassa está acima de 52, 53 meticais, nesta altura do campeonato é muito bom, portanto, está próximo a 1 dólar, excepto no mercado internacional. No estrangeiro está 2 a 3 dólares”, esclareceu Valá.
Em 2018, foram comercializadas cerca de 5 milhões de toneladas de mandioca, de um volume projectado de 6 milhões de toneladas, o que representa um nível de realização de 83% e crescimento de cerca de 40%, comparado com o ano de 2017, onde foram comercializadas cerca de 3,6 milhões de toneladas.
No milho, das 3,5 milhões de toneladas projectadas para 2019, foram comercializadas 3,1 de toneladas, o que representa uma realização de 88% e um nível de decrescimento de 0.2% comparativamente ao igual período de 2017.
As hortícolas tiveram maior decréscimo no comércio agrícola em 2018. Foram comercializadas 2,6 milhões de toneladas contra 3,1 milhões de toneladas em 2017, representando um decrescimento de 14,5%.
Para a presente campanha, os ciclones Idai e Kenneth representam ameaça séria à produção e ao comércio agrícola, exigindo do Governo, dos produtores e dos parceiros estratégias de resposta para evitar situações de fome.