
Exportações de Gás Natural Impulsionam Receitas, mas Adiamento do Mozambique LNG Gera Incertezas
Moçambique registou um aumento expressivo nas receitas provenientes das exportações de gás natural em 2024, impulsionado pela operação da plataforma flutuante Coral Sul FLNG na Bacia do Rovuma. Contudo, o País enfrenta desafios significativos com o adiamento da retoma do projecto Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies, que deveria ser um dos pilares para o crescimento económico sustentável.
As receitas das exportações de gás natural no primeiro semestre de 2024 alcançaram 901 milhões de dólares, um aumento de 33% em comparação ao mesmo período de 2023, apesar da queda de 28% nos preços médios internacionais do gás natural. Este desempenho foi sustentado pelo gás extraído da Área 4 da Bacia do Rovuma, exportado principalmente para mercados asiáticos e europeus. Por outro lado, o adiamento da retoma do projecto Mozambique LNG continua a travar a expansão mais robusta do sector energético. Avaliado em cerca de 20 mil milhões de dólares, o projecto encontra-se suspenso desde 2021 devido à instabilidade em Cabo Delgado, representando um grande entrave às metas económicas do Governo.
Previsto para reiniciar em 2024, o projecto Mozambique LNG foi novamente adiado, sem uma data concreta para retoma. Segundo a TotalEnergies, a decisão depende de avanços significativos na segurança e do regresso das comunidades deslocadas em Palma e arredores. A falta de garantias de segurança continua a ser um obstáculo, apesar dos esforços do Governo moçambicano e dos seus parceiros internacionais, incluindo o Ruanda e a SADC, para estabilizar a província de Cabo Delgado.
A instabilidade política pós-eleitoral também veio a contribuir para o novo adiamento anunciado.
O Mozambique LNG deveria gerar cerca de 3 mil milhões de dólares anuais em receitas fiscais e criar milhares de postos de trabalho, representando um contributo crucial para o crescimento económico do país. A suspensão prolongada dificulta a concretização dessas metas e aumenta a pressão sobre o Governo para diversificar as fontes de receita e reforçar o ambiente de negócios. Ainda assim, as exportações provenientes da Coral Sul FLNG têm mantido algum dinamismo na economia. Para 2025, a projeção de crescimento económico de 5,1%, conforme análises do FMI, dependerá em grande parte do desempenho do sector energético e do avanço de outros projectos estratégicos.
A governança e a utilização eficiente das receitas do gás são essenciais para evitar a dependência excessiva dos recursos naturais e promover investimentos noutras áreas da economia. A insegurança continua a ameaçar a plena realização do potencial da Bacia do Rovuma. A retoma do Mozambique LNG e de outros projectos, como o Rovuma LNG, dependerá de uma solução sustentável para o problema. Além disso, é fundamental canalizar parte do gás natural para o consumo interno, nomeadamente na geração de energia e na produção de fertilizantes, a fim de estimular o desenvolvimento industrial e a criação de empregos.
Um Horizonte Cheio de Promessas e Desafios
O crescimento das exportações de gás natural em 2024 demonstra o potencial do sector energético em impulsionar a economia moçambicana, mas os desafios estruturais, como a insegurança em Cabo Delgado e a dependência de poucos projectos, continuam a limitar os benefícios. Com um novo adiamento do Mozambique LNG, o foco em 2025 estará na estabilidade política e na execução de estratégias eficazes para atrair investidores e maximizar os ganhos económicos do gás natural. A trajectória do sector será decisiva para moldar o futuro económico de Moçambique e a sua integração no mercado energético global.
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