
Moçambique Continua Entre os Países Mais Corruptos do Mundo – CPI
Moçambique manteve-se em 2024 entre os países mais corruptos do mundo, segundo o Índice de Percepção da Corrupção (CPI) divulgado pela Transparência Internacional. O país caiu uma posição em relação a 2023, passando do 145.º para o 146.º lugar, com uma pontuação de 25 pontos em 100, uma das mais baixas da África Subsaariana.
Este resultado consolida a estagnação do País no combate à corrupção, já que Moçambique tem oscilado entre 25 e 27 pontos nos últimos anos. O relatório não detalha os factores específicos que contribuíram para esta posição, mas destaca que a corrupção sistémica continua a ser um entrave ao desenvolvimento económico e social do país.
Comparação Global e Regional
Moçambique foi ultrapassado por países como a Libéria (135.º lugar, com 27 pontos), Madagáscar e Nigéria (140.º, com 26 pontos), que conseguiram melhorar ligeiramente as suas pontuações. A média da África Subsaariana foi de 33 pontos, sendo a região considerada uma das mais vulneráveis à corrupção no mundo.
Na comparação global, os países mais bem classificados foram Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88) e Singapura (84), que lideram o índice com níveis de transparência elevados e fortes mecanismos de combate à corrupção. No extremo oposto, os países mais corruptos foram Sudão (8 pontos), Somália (9) e Venezuela (10), onde a corrupção está profundamente enraizada na estrutura do Estado.
Apesar da estagnação, o relatório da Transparência Internacional menciona que alguns países africanos demonstraram progressos significativos, como Seychelles (72 pontos), Cabo Verde (62), Botswana e Ruanda (57 pontos cada), considerados referências na luta contra a corrupção no continente.
Efeitos da Corrupção na Economia e Sociedade
A percepção elevada de corrupção em Moçambique tem impactos directos na confiança dos investidores, no desenvolvimento económico e na prestação de serviços públicos essenciais. A falta de transparência nos contratos públicos, o desvio de fundos e a impunidade para crimes financeiros continuam a ser problemas estruturais que comprometem o crescimento do país.
A classificação negativa no CPI também dificulta a captação de financiamento internacional e prejudica a imagem do país junto de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que exigem garantias de transparência para concessão de apoios financeiros.
Desafios e Perspectivas para o Futuro
Para melhorar a sua posição no índice, Moçambique precisa de reforçar a independência das instituições judiciais e de fiscalização, garantir maior transparência nos processos governamentais e implementar reformas efectivas para combater o desvio de recursos públicos.
A ausência de avanços concretos levanta preocupações sobre a capacidade do País de sair da Lista Cinzenta do GAFI, onde está incluído desde 2022 devido a falhas no combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
O combate à corrupção continua a ser um dos principais desafios estruturais para o desenvolvimento de Moçambique. Sem medidas eficazes e compromissos reais com a transparência e a boa governação, o País corre o risco de permanecer entre as nações com maior percepção de corrupção no mundo.
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