
Investimentos do BAD ultrapassam USD 1 bilião em Moçambique
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) investiu mais de mil milhões de dólares norte-americanos nos últimos 10 anos em Moçambique, sendo que 61.8% deste montante foi alocado no sector de transporte.
Ao longo da última década, o BAD tem se posicionado como um parceiro fundamental para o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique. Concretamente, os apoios do BAD foram destinados aos sectores eléctrico, alimentar, industrial e integração.
De acordo com o representante daquela instituição em Moçambique, Pietro Toigo, o BAD focou suas atenções na área de integração de Moçambique, através da construção e reabilitação de infraestruturas, principalmente rodoviárias, onde cerca de 910 km de estradas foram construídas ou reabilitadas, beneficiando um universo de 770 mil pessoas, no intervalo de 2007 a 2017.
“Notavelmente, ao longo do Corredor de Nacala, onde o Banco financiou e cofinanciou com outros parceiros inclusos, mobilizando recursos do governo Japonês, coreano e da União Europeia, construímos estradas mais ou menos entre o Porto de Nacala e a cidade de Lusaka, na Zâmbia, com o objectivo de impulsionar o comércio inter-africano”.
Quanto a componente ferroviária do Corredor de Nacala, o BAD investiu USD 300 milhões e harmonizou um pacote de USD 3 milhões em empréstimos, o que tornou possível o avanço do projecto deste Corredor, avaliado em 5 bilhões de dólares.
A materialização deste projecto facilitou o transporte de cerca de 18 milhões de toneladas de carvão e 6 milhões de produtos diversos por ano, bem como a circulação de 2 comboios de carga e 1 de passageiro por dia. Resultando, também, na criação de 1500 empregos.
Os investimentos desta instituição também se fizeram sentir no melhoramento das infraestruturas para a gestão sustentável da água e também em infraestruturas para fazer a agricultura, especialmente dos pequenos produtores, mais produtiva.
Neste sentido, foram investidos USD 120 milhões que resultaram na formação de 25 mil agricultores em tecnologias agrícolas e beneficiaram mais de 240 mil pessoas. Estes investimentos tiveram um impacto positivo sobre as PME’s, gerando USD 17 milhões em vendas adicionais.

Pietro Toigo – Representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Moçambique
Por outro lado, Toigo salientou a preocupação da instituição com aquilo que chamou desindustrialização precoce.
“Temos que inverter este trem, mas inverter não significa voltar para o passado. Temos que identificar quais são as novas indústrias onde o continente africano tem uma vantagem comparativa e concentrarmo-nos nessas indústrias, e neste momento é bastante claro que a agricultura vai ser a indústria que tem uma vantagem comparativa para o continente africano”, salientou Toigo.
De salientar que, actualmente, a carteira de intervenções do BAD em Moçambique é composta por 22 operações com um investimento no valor total de USD 675 milhões.
Com este montante, a instituição intervém maioritariamente nos transportes, com 61.8%, agricultura e ambiente com 22.9%, multissectorial com 7.7%, área social com 4.2%, energia com 2.2% e, por fim, água com 1.1%.
Ainda assim, os projectos não param. Para os próximos três anos, o BAD tenciona concluir o Corredor de Pemba-Lichinga e interliga-lo com o Corredor de Mutara, de modo a conectar o Norte de Moçambique com a parte Sul da Tanzânia.
Veja a peça à seguir:


















