
Analistas prevêem crescimento de apenas 1% na produção de gás natural, em Moçambique, em 2024
- A consultora BMI Research estima que a produção do gás natural em Moçambique aumente apenas 1 por cento no próximo ano, um abrandamento significativo face ao crescimento de 47 por cento que deverá ser registado este ano.
“Antevemos que o crescimento da produção do gás em Moçambique vá passar por um súbito abrandamento, no seguimento do início da actividade da CoralFLNG, este ano, e antecipamos um crescimento mínimo de 1 por cento em 2024, uma queda substancial face aos 47 por cento registados este ano”, no total de 9,2 mil milhões de metros cúbicos, indica uma nota de análise sobre a produção do hidrocarboneto no país citada pelo “Notícias”.
No relatório a que o “Notícias” faz referência, os analistas antevêem ainda que nos próximos anos haverá “um vácuo de novos projectos”, pelo que em 2027 a produção de gás natural deverá estar no mesmo nível que neste ano, com apenas pequenos projectos a poderem entrar em funcionamento e a serem, talvez, anulados pelas taxas de declínio natural”.
Em Setembro, a TotalEnergies confirmou que esperava começar a operação comercial em 2028, depois de ter previamente indicado a data de 2027, que começou por ser 2024, até o conflito armado no norte do país ter obrigado à suspensão das operações da companhia francesa em Cabo Delgado.
Entre as principais forças dos projectos de gás no país, a BMI Research aponta o forte potencial da costa moçambicana, a posição geográfica face ao mercado asiático e o facto de os novos projectos colocarem o país entre os principais exportadores mundiais.
Em sentido contrário, as principais fraquezas apontadas são a infra-estrutura e a procura interna subdesenvolvidas, para além do atraso na implementação do enquadramento regulatório para a exploração do gás na parte continental. Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado. Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido. Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura. O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto, concluído e de menor dimensão, pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.
A plataforma flutuante de verá produzir 3,4 mtpa (milhões de toneladas por ano) de gás natural liquefeito, a Área 1 aponta para 13, 12 mtpa e o plano em terra da Área 4 prevê 15 mtpa.
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