
África domina a lista das 20 economias de crescimento mais rápido do mundo em 2024 – Relatório “Desempenho Macroeconómico e Perspectivas para África do BAD
- O relatório prevê um crescimento mais forte para África em 2024, ultrapassando a média global projectada.
- Crescimento real do PIB deverá atingir uma média de 3,8% e 4,2% em 2024 e 2025, respectivamente, valor superior às médias globais projectadas de 2,9% e 3,2%, segundo o relatório.
- O continente é a segunda região com o crescimento mais rápido a seguir à Ásia.
A África será responsável por onze das 20 economias de crescimento mais rápido do mundo em 2024, afirmou o Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento no seu mais recente estudo intitulado “Desempenho Macroeconómico e Perspectivas (MEO) do continente, divulgado na sexta-feira, 16 de Fevereiro.
Globalmente, o crescimento real do produto interno bruto (PIB) do continente deverá atingir uma média de 3,8% e 4,2% em 2024 e 2025, respectivamente. Este valor é superior às médias globais projectadas de 2,9% e 3,2%, segundo o relatório.
O continente deverá continuar a ser a segunda região com o crescimento mais rápido, a seguir à Ásia.
Os 11 principais países africanos que deverão registar um forte desempenho económico são o Níger (11,2%), o Senegal (8,2%), a Líbia (7,9%), o Ruanda (7,2%), a Costa do Marfim (6,8%), a Etiópia (6,7%), o Benim (6,4%), o Djibuti (6,2%), a Tanzânia (6,1%), o Togo (6%) e o Uganda (6%).
“Apesar do ambiente económico global e regional difícil, 15 países africanos registaram uma expansão da produção superior a 5%”, afirmou o Presidente do Grupo do Banco Mundial, Akinwumi Adesina, apelando a maiores fontes de financiamento e a várias intervenções políticas para impulsionar ainda mais o crescimento de África.
O relatório “Africa’s Macroeconomic Performance and Outlook”, uma publicação bianual divulgada no primeiro e terceiro trimestres de cada ano, complementa o relatório “African Economic Outlook” (AEO), que se centra nas principais questões políticas emergentes relevantes para o desenvolvimento do continente.
O relatório MEO fornece uma avaliação actualizada, baseada em dados concretos, do desempenho macroeconómico recente do continente e das perspectivas a curto e médio prazo no contexto de uma evolução económica global dinâmica.
O último relatório apela a um optimismo cauteloso, tendo em conta os desafios colocados pelos riscos globais e regionais. Estes riscos incluem o aumento das tensões geopolíticas, a intensificação dos conflitos regionais e a instabilidade política – factores que podem perturbar os fluxos comerciais e de investimento e perpetuar as pressões inflacionistas.
O Presidente do Grupo BAD, Akinwumi Adesina, sublinhou que os défices orçamentais melhoraram, uma vez que a recuperação mais rápida do que o previsto da pandemia ajudou a aumentar as receitas.
Explicou ainda a situação “levou a uma estabilização do défice orçamental médio em 4,9% em 2023, tal como em 2022, mas significativamente inferior ao défice orçamental médio de 6,9% de 2020. A estabilização também se deve às medidas de consolidação orçamental, especialmente em países com riscos elevados de sobreendividamento”.
Adesina advertiu que, com a economia global atolada em incertezas, as posições fiscais do continente africano continuarão a ser vulneráveis a choques globais.
O relatório mostra que as perspectivas de crescimento a médio prazo para as cinco regiões do continente estão a melhorar lentamente, o que aponta para a contínua resiliência das economias africanas.
Ao apresentar as principais conclusões do relatório, o Economista-Chefe e Vice-Presidente do BAD , Kevin Urama, afirmou que ” o crescimento nas economias africanas com melhor desempenho beneficiou de uma série de factores, incluindo a diminuição da dependência dos produtos de base através da diversificação económica, o aumento do investimento estratégico em sectores-chave de crescimento e o aumento do consumo público e privado, bem como a evolução positiva nos principais mercados de exportação”.
Acrescentou ainda Urama que “prevê-se que o crescimento económico de África recupere uma força moderada enquanto a economia global se mantiver resistente, a desinflação continuar, o investimento em projectos de infra-estruturas se mantiver dinâmico e se mantiverem os progressos na reestruturação da dívida e na consolidação orçamental.”
“O futuro de África assenta na integração económica. As nossas pequenas economias não são competitivas no mercado mundial. Um mercado de comércio interno africano saudável pode assegurar o valor acrescentado e a produção intra-africana de produtos manufacturados”, afirmou o Comissário para o Desenvolvimento Económico, Comércio, Turismo, Indústria e Minerais da Comissão da União Africana, Embaixador Albert Muchanga.
O Comissário assegurou que as previsões e recomendações do MEO serão disponibilizadas aos chefes de Estado africanos e que o relatório será útil quando a União Africana apresentar as suas propostas ao G20 – uma reunião informal de muitas das maiores economias do mundo, à qual a União Africana foi admitida no ano passado.
A melhoria dos valores de crescimento para 2024 reflecte os esforços concertados dos decisores políticos do continente para impulsionar estratégias de diversificação económica centradas no aumento do investimento em sectores-chave de crescimento, bem como a implementação de políticas internas destinadas a consolidar as posições fiscais e a inverter o aumento do custo de vida e a impulsionar o consumo privado.
Mthuli Ncube, Ministro das Finanças e do Desenvolvimento Económico do Zimbabwe, descreveu o relatório como sendo “pertinente” e coerente com a realidade do seu País, considerando-o útil para o planeamento económico em toda a África. Exortou o BAD a continuar a sua liderança de pensamento para ajudar os decisores políticos a continuarem a criar resiliência para resistir a choques e impulsionar o crescimento.
Ncube disse que ” o Zimbabwe espera um crescimento mais lento devido aos choques climáticos na região. Os países da África Austral dependem da agricultura para o crescimento económico, pelo que é fundamental torná-la resistente às alterações climáticas. Estamos em conversações com os credores para reestruturar a dívida do Zimbabwe, que está a abrandar o crescimento económico. A nível interno, o país irá concentrar-se nas reformas económicas e de governação e nas reformas relativas aos direitos de propriedade para aumentar a produção agrícola”.
Em 2024, 41 países do continente atingirão uma taxa de crescimento económico de 3,8% e, em 13 deles, o crescimento será mais de 1 ponto percentual superior ao de 2023.
Jeffrey Sachs, Director do Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, referiu que o financiamento a longo prazo a preços acessíveis deve fazer parte da estratégia africana para atingir um crescimento de 7% ou mais por ano e alertou para o facto de África estar a pagar um prémio de risco muito elevado pelo financiamento da dívida. Apelou a que esta questão fosse colocada ao G20.
Ncube disse que ” o Zimbabwe espera um crescimento mais lento devido aos choques climáticos na região. Os países da África Austral dependem da agricultura para o crescimento económico, pelo que é fundamental torná-la resistente às alterações climáticas. Estamos em conversações com os credores para reestruturar a dívida do Zimbabwe, que está a abrandar o crescimento económico. A nível interno, o país irá concentrar-se nas reformas económicas e de governação e nas reformas relativas aos direitos de propriedade para aumentar a produção agrícola”.
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