Dólar sobe com o debate a aumentar as apostas na vitória de Trump nas eleições

• Os mercados extrapolaram o debate para o resultado das eleições de Novembro: CBA
• Sentimento das acções asiáticas é optimista perante a ausência de retórica anti-China

O dólar registou uma subida nas negociações asiáticas, com os mercados a avaliarem que o ex-presidente Donald Trump foi o vencedor do primeiro debate presidencial dos EUA.

O indicador da Bloomberg para a moeda norte-americana chegou a subir 0,2% nesta sexta-feira, 28 de Junho, antes de se reduzir, com o índice a registar o sexto ganho semanal consecutivo. O Presidente Joe Biden tropeçou nas primeiras trocas de palavras do debate, um desempenho que pode intensificar as preocupações sobre a sua capacidade de derrotar Trump nas eleições de Novembro.

“A julgar pelas reacções até agora, os mercados pensam que o Presidente Trump está a ‘ganhar’ o debate”, disse Carol Kong, estratega do Commonwealth Bank of Australian, em Sydney. “Mas ainda é cedo para tirar uma conclusão.”

Os rendimentos do Tesouro subiram, enquanto os futuros de acções dos EUA tiveram um ganho modesto. O peso mexicano caiu quase 1% antes de reduzir a sua perda para 0,4%. As moedas asiáticas mantiveram-se praticamente estáveis.

O sentimento em relação às acções asiáticas foi largamente optimista, com a maioria das bolsas regionais a avançar durante o debate. Os índices de referência chineses recuperaram as perdas iniciais e afastaram-se do território de correcção técnica, uma vez que a ausência de comentários hawkish sobre a China foi vista como uma surpresa positiva pelos investidores. O índice Hang Seng China Enterprises chegou a subir 0,8%.

É uma “surpresa positiva para esta parte do mundo, mas apenas moderada”, disse Redmond Wong, estratega de mercado do Saxo Capital Markets. O consenso político sobre como lidar com a China não depende apenas dos candidatos presidenciais, mas também do Congresso, disse ele, acrescentando que pode haver uma escalada das tensões nos próximos meses.

A ausência de comentários agressivos sobre a China foi “provavelmente uma surpresa, mas a anti-China é uma posição unida e bipartidária, pelo que provavelmente não há muito para atacar uns aos outros”, disse Xin-Yao Ng, Director de investimentos da ABRDN.