
Stablecoins e Inovações Financeiras: A Nova Frente Que Pode Redesenhar a Economia Global
- Stablecoins, apoiadas por moedas ou títulos públicos, já são utilizadas por milhões de pessoas em transacções transfronteiriças de baixo custo;
- A expansão global destas moedas digitais pode trazer benefícios, mas também riscos, desde a dolarização até à instabilidade financeira;
- Académicos e reguladores alertam que “as regras permanecem largamente inalteradas” perante uma transformação acelerada do sistema financeiro;
- A chave, segundo Gita Bhatt, é “equilibrar riscos e benefícios através de uma regulação clara que proteja consumidores e investidores”.
As stablecoins e outras inovações financeiras estão a desafiar a arquitectura do sistema monetário internacional, criando entusiasmo e receios em igual medida. Reguladores e decisores políticos enfrentam a difícil missão de colher os benefícios destas mudanças, sem perder de vista a protecção dos consumidores e a estabilidade financeira global.
“Três anos atrás, a Finance & Development dedicou um número inteiro a antecipar a ‘Revolução do Dinheiro’, impulsionada por inovações como os cripto-activos. Essa revolução está agora em plena marcha”, escreve Gita Bhatt, editora-chefe da revista, no editorial da edição de Setembro de 2025.
Entre as novas fronteiras da finança global, Bhatt destaca as stablecoins — activos digitais lastreados em moedas ou obrigações soberanas. Com milhões de utilizadores em todo o mundo, estas soluções digitais permitem transacções internacionais 24 horas por dia a custos reduzidos. Em alguns países, tornaram-se mesmo “um salva-vidas financeiro” face à escalada da inflação.
No entanto, os riscos são evidentes. A académica Hélène Rey (London Business School) alerta que o uso massivo de stablecoins em dólares pode acelerar a dolarização, aumentar a volatilidade cambial e fragilizar os sistemas bancários. Já Yao Zeng (Wharton School) observa que “as stablecoins podem funcionar bem em tempos normais, mas vacilar em períodos de stress”, lembrando que o quadro regulatório ainda não acompanhou a velocidade das mudanças.
Outros contributos abordam o papel crescente das fintechs e big techs como fornecedores de liquidez e crédito, apoiados em algoritmos de inteligência artificial e big data, que desafiam a banca tradicional. Experiências públicas, como a da Índia com a Unified Payments Interface, demonstram que também os Estados podem liderar inovações, interligando milhares de instituições e processando biliões de transacções mensais.
Para Bhatt, o desafio maior está no equilíbrio: “Devemos manter a mente aberta relativamente às stablecoins e à inovação financeira. Claramente, há muito espaço para melhorar os sistemas de pagamento e os mercados financeiros em geral. Os utilizadores exigem-no. O essencial é equilibrar riscos e benefícios através de uma regulação clara que proteja consumidores e investidores e limite os efeitos de contágio.”
O editorial conclui com uma nota de expectativa: “Quem sabe que novas possibilidades estas inovações desbloquearão pelo caminho?”, escreve Bhatt, sublinhando que, apesar das incertezas, a transformação já está em curso e exigirá uma resposta estratégica e atenta por parte dos reguladores e da sociedade.
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