BCE Mantém Taxa de Juro em 2% e Afasta Cenário de Cortes Imediatos

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Questões-Chave:
  • Taxa de depósito mantida em 2%, em linha com as expectativas do mercado;
  • BCE considera que a economia da Zona Euro está “num bom lugar”, apesar de riscos externos;
  • Expectativas de cortes adicionais nas taxas abrandam, com novo debate apenas esperado para Dezembro;
  • Impactos das tarifas comerciais e da instabilidade política em França ainda não totalmente avaliados;
  • Mercados passam a atribuir apenas 40% de probabilidade a mais um corte até à Primavera de 2026.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, esta quinta-feira, manter as taxas de juro inalteradas em 2%, reforçando a sua visão de que a economia da Zona Euro continua resiliente. A decisão afasta, para já, a possibilidade de novos cortes, embora o tema possa voltar à agenda no final do ano.

Após ter reduzido pela metade a taxa de referência até Junho, o BCE mantém-se em pausa desde então, argumentando que a economia do bloco de 20 países se encontra “num bom lugar”, segundo palavras da presidente Christine Lagarde.

Os dados recentes confirmam esta percepção, permitindo ao banco central ganhar tempo para avaliar o impacto de variáveis externas: tarifas norte-americanas, aumento da despesa pública na Alemanha, possíveis cortes da Reserva Federal e a instabilidade política em França.

Lagarde sublinhou que a inflação está dentro da margem desejada pela instituição, reforçando que o cenário doméstico é sólido. Ainda assim, reconheceu que persistem incertezas, nomeadamente quanto aos efeitos plenos das novas tarifas comerciais.

Fontes próximas do Conselho de Governadores admitem que o debate sobre novos cortes não está encerrado, mas deverá ser retomado apenas em Dezembro, quando existir maior clareza sobre o rumo da economia.

Nos mercados financeiros, a reacção foi imediata: a probabilidade atribuída a um último corte até à Primavera de 2026 caiu para 40%, um valor inferior ao registado antes da decisão. Em contraste, a expectativa é de que a Reserva Federal norte-americana avance com seis cortes até 2026, reforçando a divergência entre políticas monetárias dos dois lados do Atlântico.

Lagarde assinalou ainda que dois riscos saíram do “radar” da instituição: a possibilidade de retaliação europeia às tarifas e a incerteza no comércio internacional, que se encontra hoje mais atenuada após recentes acordos, incluindo o pacto que fixou um imposto de 15% sobre a maioria das importações dos EUA oriundas da União Europeia.

Com este posicionamento, o BCE mantém uma abordagem cautelosa, equilibrando o objectivo de consolidar a recuperação económica com a necessidade de preservar a estabilidade dos preços.

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