
Petróleo Prolonga Quedas Após Acordo Entre Bagdade e Governo Curdo Para Retomar Exportações
- Preços do Brent e do WTI recuaram pela quinta sessão consecutiva, acumulando perdas de cerca de 4%;
- Acordo entre o Governo Federal do Iraque e a Administração Regional Curda permite retomar exportações de 230 mil barris/dia via Turquia;
- Mercado global pressiona-se com excesso de oferta, fraca procura e avanços na transição energética;
- Riscos persistem devido a sanções europeias sobre o petróleo russo e tensões geopolíticas no Médio Oriente.
O mercado petrolífero internacional registou esta terça-feira mais uma sessão de quedas, à medida que o acordo alcançado entre o Iraque e o Governo Regional do Curdistão (KRG) para a retoma de exportações de crude via Turquia alimentou receios de excesso de oferta, num contexto já fragilizado pela procura incerta e pelos avanços das energias alternativas.
De acordo com a agência Reuters, o preço do Brent para entrega futura recuou 0,63%, fixando-se em 66,15 dólares norte-americanos por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) desvalorizou 0,58%, para 61,92 dólares por barril, no início da sessão asiática. Ambas as referências acumulam cinco sessões consecutivas de perdas, equivalentes a uma desvalorização global próxima de 4%.
O movimento em baixa surge na sequência da confirmação de que Bagdade e Erbil chegaram a um entendimento com as empresas petrolíferas para retomar o escoamento de cerca de 230 mil barris/dia de crude, suspensos desde Março de 2023. “O tema dominante continua a ser a preocupação com o excesso de oferta, ao mesmo tempo que as perspectivas da procura permanecem incertas no fecho do ano. A retoma do oleoduto curdo contribuiu para reforçar a pressão sobre os preços”, afirmou a analista sénior da LSEG, Anh Pham.
Num mercado já saturado, as perspectivas tornam-se ainda mais delicadas. O último relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE) projeta um crescimento mais rápido da oferta mundial de petróleo, com possibilidade de um excedente mais acentuado em 2026, à medida que os membros da OPEP+ e outros produtores externos ao cartel ampliam a sua produção.
Os riscos, contudo, não desaparecem. A União Europeia continua a avaliar medidas adicionais de sanções ao petróleo russo, enquanto o Médio Oriente permanece um epicentro de tensões geopolíticas que podem inverter rapidamente a trajectória do mercado.
Em paralelo, dados preliminares indicam que os inventários de crude nos Estados Unidos terão aumentado na semana passada, ao passo que os de gasolina e destilados terão diminuído. Já na Arábia Saudita, as exportações caíram em Julho para o nível mais baixo em quatro meses, segundo dados da Iniciativa Conjunta de Organizações (JODI).
Apesar da pressão descendente, o Iraque – segundo maior produtor da OPEP – tem reforçado a sua presença no mercado, com a SOMO, empresa estatal de comercialização de crude, a confirmar o aumento das exportações no quadro do acordo OPEP+.
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