
Transformação Digital E Inteligência Artificial No Centro Do Fórum Lusófono De Governação Da Internet
Questões-Chave
- Maputo acolheu a 3.ª edição do Fórum Lusófono de Governação da Internet, reunindo decisores e especialistas da CPLP;
- Inteligência Artificial destacada como motor de competitividade e inclusão digital;
- Barreiras estruturais persistem: baixo acesso à internet, elevado custo de equipamentos e défice de literacia digital;
- PME’s enfrentam desafios de governança de dados, limitando o aproveitamento da IA;
- Moçambique avança com instrumentos orientadores para dinamizar a economia digital;
- Cooperação lusófona é vista como oportunidade estratégica para atrair investimento e gerar ganhos de escala.
A 3.ª edição do Fórum Lusófono de Governação da Internet, realizada em Maputo, posicionou a transformação digital e a Inteligência Artificial (IA) no centro do debate sobre o futuro económico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O encontro destacou as oportunidades de inovação e competitividade, mas também os entraves estruturais que continuam a travar a inclusão digital nas economias lusófonas.
O evento reuniu representantes de governos, reguladores, especialistas e actores do sector privado, que convergiram na ideia de que a Inteligência Artificial pode ser um catalisador de crescimento económico e inclusão. Contudo, advertiram que sem superar barreiras como o défice de literacia digital, o alto custo de dispositivos e a fraca conectividade, o potencial da IA permanecerá limitado.
A delegada de Cabo Verde, Leonilde Santos, sintetizou o desafio: “A literacia digital é o calcanhar de Aquiles de todos os países neste momento. Sem ela, não existe inclusão efectiva.” Na mesma linha, a representante do Brasil, Manuela, acrescentou que muitos utilizadores ainda não dispõem de confiança ou competências suficientes para aceder a serviços digitais, mesmo quando estes já estão disponíveis.
Outro ponto crítico abordado foi a necessidade de estruturar os dados empresariais, em particular das pequenas e médias empresas (PME). Luís Alexandre, do Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial, destacou: “A IA alimenta-se de dados. As PME precisam organizar os seus dados para poderem treinar algoritmos e optimizar processos.”
Do lado de Moçambique, Eugénio Macumbe, Director da Divisão de Governação Digital do INTIC, sublinhou os esforços em curso: “Estamos a desenvolver instrumentos orientadores em vários sectores para dinamizar a economia digital, em particular no uso da Inteligência Artificial.”
Além do enfoque tecnológico, o Fórum foi visto como uma plataforma para reforçar a cooperação internacional e atrair investimento estrangeiro. Com mais de 270 milhões de falantes espalhados por quatro continentes, a CPLP representa um mercado emergente com forte potencial de expansão digital. A integração entre países lusófonos poderá gerar ganhos de escala em sectores como finanças digitais, agricultura inteligente, logística e serviços públicos electrónicos.
Participantes de Cabo Verde e Guiné-Bissau enfatizaram ainda a importância de uma internet segura, inclusiva e culturalmente representativa: “A internet é uma das protagonistas do século. Precisamos de garantir que é segura, democrática e que fale a nossa língua.”
No final, a 3.ª edição do Fórum Lusófono de Governação da Internet reafirmou-se como um espaço estratégico de diálogo e de construção de políticas digitais conjuntas, com a Inteligência Artificial a emergir como pilar central para acelerar a transformação económica e social no espaço da CPLP.
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