Mercados Globais Aguardam Powell Com Bolsas Asiáticas Em Máximos E Risco De “Shutdown” Nos EUA

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Questões-Chave

  • Coreia do Sul e Taiwan atingiram novos máximos históricos, impulsionadas pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial;
  • Nvidia anunciou investimento até 100 mil milhões de USD na OpenAI, com primeiras entregas de chips previstas para 2026;
  • PMI’s de Setembro na Europa e EUA testam resiliência das economias face a tarifas e desaceleração global;
  • Mercados aguardam discurso de Jerome Powell às 16h35 GMT, com apostas fortes em novos cortes das taxas da Fed em Outubro e Dezembro;
  • Impasse no Congresso norte-americano aumenta risco de shutdown a 30 de Setembro, podendo comprometer publicações estatísticas cruciais;
  • Disney enfrenta impacto de boicotes de consumidores, expondo a vulnerabilidade das marcas na era digital.

Os mercados globais iniciaram a semana em terreno cauteloso, com máximos históricos nas bolsas da Coreia do Sul e Taiwan, mas com foco centrado no discurso do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que deverá oferecer novas pistas sobre a orientação da política monetária dos Estados Unidos. O risco de um eventual shutdown governamental e a expectativa em torno dos PMI’s de Setembro completam o quadro de incerteza.


Na Ásia, o feriado em Tóquio reduziu a actividade, mas os índices da Coreia do Sul e de Taiwan registaram novos máximos, impulsionados pelo entusiasmo dos investidores em torno da inteligência artificial. A notícia do ambicioso investimento da Nvidia na OpenAI, até 100 mil milhões de USD, com primeiras entregas de sistemas de data center em 2026, reforçou a euforia tecnológica, ainda que analistas estejam divididos sobre o impacto. Para alguns, é a confirmação de que não há alternativa aos GPUs da Nvidia; para outros, suscita dúvidas sobre o facto de a empresa financiar directamente um cliente para adquirir o seu próprio hardware.

Na frente macroeconómica, os índices de gestores de compras (PMI’s) de Setembro surgem como barómetro da resiliência das economias em face das tarifas e da desaceleração global. Os dados australianos foram fracos, mas sem grande correlação com o crescimento interno. Na Europa, espera-se que os indicadores se mantenham ligeiramente acima de 50 pontos, limiar que separa expansão de contracção. Nos EUA, projecções apontam para uma ligeira desaceleração, mas ainda em terreno positivo.

O grande destaque do dia será, contudo, o discurso de Jerome Powell, presidente da Fed, agendado para as 16h35 GMT. Apesar das mensagens mistas entre dirigentes do banco central, os mercados mantêm uma postura dovish: os futuros apontam para uma probabilidade de 90% de um corte de 25 pontos-base em Outubro e 75% de nova descida em Dezembro.

O risco político soma-se ao quadro económico. O impasse no Congresso norte-americano ameaça levar a um government shutdown a partir de 30 de Setembro, um cenário que poderia suspender a publicação de dados cruciais como emprego, inflação e vendas a retalho, deixando a Fed sem informação vital para as suas decisões de Outubro e Dezembro.

Entre outros pontos relevantes, a decisão de política monetária do Riksbank, na Suécia, e as intervenções de responsáveis do BCE, Banco de Inglaterra e Banco do Canadá merecem atenção adicional dos investidores. No sector corporativo, a Disney enfrenta a pressão de boicotes de consumidores, que se reflectem em cancelamentos de serviços e produtos, evidenciando a vulnerabilidade das grandes marcas na era digital.

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