O projecto BRT, sistema de transporte rápido de autocarros, da Área Metropolitana de Maputo (AMM),  o primeiro a ser implantado no País, poderá ter conseguido os recursos de que necessitava para o seu avanço, na sequencia da aprovação, do equivalente a 250 milhões de dólares da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), do Grupo Banco Mundial, destinado precisamente a melhorar a mobilidade e a acessibilidade na AMM.

“Mais concretamente, os fundos serão utilizados para (i) a construção do primeiro sistema de transporte rápido de autocarros (BRT) e instalações associadas na Área Metropolitana de Maputo, abrangendo as cidades de Maputo, Matola e a vila de Marracuene; (ii) melhoria do acesso aos bairros de baixo rendimento através de melhoramentos nas vias e estradas; (iii) a construção de infraestruturas de circulação não-motorizada, bem como a facilitação da mobilidade de grupos vulneráveis. Parte do projeto irá estender-se até o distrito de Boane”, indica o Banco Mundial, em comunicado emitido ontem, 24 de Agosto,  em Maputo.

Idah Z. Pswarayi-Riddihough, Diretora do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Comores, Maurícias e Seicheles.

“Estou muito satisfeita por termos alcançado mais um marco para melhorar a vida das pessoas, neste caso os habitantes da Área Metropolitana de Maputo”, observou Idah Z. Pswarayi-Riddihough, Diretora do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Comores, Maurícias e Seicheles. Tendo acrescentado que,  “a operação contribuirá, em última análise, para expandir a oportunidade económica e a inclusão social. O deficiente acesso à empregos e serviços constitui um grande constrangimento à produtividade económica urbana; dificulta o potencial de competitividade da cidade e é um elemento crítico de exclusão social subjacente à pobreza urbana.”

Para a concessão do financiamento, o Banco Mundial considerou o facto de o desenvolvimento económico da AMM, nas últimas décadas, estar  a registar um rápido crescimento da urbanização e da motorização e de uma maior necessidade de mobilidade de pessoas e bens.

O Banco Mundial, observa que a população do AMM cresceu rapidamente e estima que venha a atingir quase 4 milhões de pessoas até 2035, o que representa um desafio acrescido à mobilidade.

Para o Banco Mundial as actuais deficiências do sistema de transportes e a grande distância para alcançar oportunidades limitam o potencial das economias de aglomeração ligadas à concentração da população, das empresas e dos mercados, por conseguinte, o baixo nível de acesso às oportunidades de emprego limita as oportunidades de mercado dos produtores, impede os investimentos do sector privado através do aumento dos custos e impede as ligações entre mercados, daí o mérito do financiamento que acaba de anunciar.

“Este projeto oferece uma abordagem integrada para responder aos desafios da mobilidade urbana na AMM e apoia os objetivos a longo prazo de tornar a área metropolitana mais competitiva, mais verde e mais resiliente”, acrescentou Fátima Arroyo Arroyo, Especialista sénior de Transportes Urbanos do Banco Mundial e líder da equipa do projeto.

A especialista refere que  “a AMM está agora num ponto de viragem para cumprir o seu potencial de transformação do país. Esperamos que esta operação contribua, em última análise, para promover mudanças na forma como a cidade está a crescer de uma cidade congestionada, orientada para o carro, para uma cidade verde, resiliente e orientada para as pessoas, onde os transportes a pé e público estão no centro da visão metropolitana.”

O Banco Mundial faz saber que a operação apoiará também o reforço institucional e regulamentar dos transportes urbanos a nível nacional, metropolitano, municipal e local; e apoiará a capacitação do pessoal do sector público dos transportes, bem como a profissionalização dos operadores formais e informais de transportes públicos existentes.

 O projeto tem integrado abordagens inovadoras para catalisar mudanças estruturais no setor, incluindo (i) foco na digitalização do setor, (ii) integração de mulheres e pessoas em situações de vulnerabilidade, (iii) integração da participação do sector privado num programa de longo prazo de formalização dos transportes públicos, e (iv) foco na construção de capital humano, apoiando a próxima geração de líderes de mobilidade urbana em Moçambique.

“Esta é uma operação centrada nas pessoas. A população em geral da AMM beneficiará de uma melhor gestão dos activos de transporte urbano. O sector privado é outro dos beneficiários do projeto, uma vez que irá beneficiar-se da melhoria do acesso aos actuais centros de negócios e às empresas de retalho, o que acabará por estimular a atividade económica e o crescimento”, acrescentou Mohammed Ajmal Askerzoy, Especialista Sénior em Transportes do Banco Mundial e co-líder da equipa do projeto.

O projeto está alinhado com o atual e o novo Quadro de Parcerias do Banco Mundial com Moçambique em preparação, em particular o seu enfoque em acelerar a transformação estrutural e fortalecer as instituições para uma melhor prestação de serviços e um desenvolvimento mais sustentável. O projeto está também alinhado com o Plano Diretor Global de Transportes Urbanos para o Grande Maputo (2015-2035), o Plano de Desenvolvimento Municipal da Câmara Municipal de Maputo (2019-2023) e o projecto de Estradas Seguras para Melhor Integração Socioeconómica em Moçambique (P174639).

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