Está instalada a divergência relativamente ao futuro dos preços dos combustíveis no País, com o público desejoso de descida, a ficar mais confuso, sobre o que realmente, no caso de Moçambique, determina a subida ou descida dos preços de combustíveis no retalho.

Se em algum momento houve a percepção de que os preços do petróleo no mercado internacional são directamente determinantes no preço do combustível ao consumidor final, os últimos desenvolvimentos em torno do tema mostram precisamente o contrário ou, pelo menos, que essa não é a razão suficiente.

O Governo, na voz do Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, disse que previa baixa nos preços dos combustíveis, em linha com a tendência de redução do custo do crude no mercado internacional.

“Projectamos que, pelo menos em Outubro e eventualmente em Novembro, possamos ter uma redução dos preços dos combustíveis em Moçambique”, disse Max Tonela, para o gáudio dos consumidores.

O governante falava na conferência de imprensa no final da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que durante 15 dias avaliou o programa de assistência à Moçambique.

Max Tonela frisou, na ocasião, que a descida nos preços dos produtos petrolíferos seria reflexo da tendência dos últimos dois meses, período que serve de barómetro para a fixação dos preços em Moçambique.

“A situação dos preços internacionais dos combustíveis líquidos estabilizou e está com uma tendência decrescente. Atingiu um pico de 120 dólares por barril e neste momento tem estado a ser negociado à volta de 94 a 95 dólares”, enfatizou.

Dados mais recentes sobre a conjuntura do custo do crude nos mercados internacionais, mostram o petróleo a estabilizar-se na casa dos 90 dólares, com tendência decrescente.

Assinalando que a inflação acumulada em Moçambique vai ultrapassar os dois dígitos, fechando o ano nos 11% contra 7% que o executivo projectou inicialmente, Max Tonela notou que a mexida nos preços do combustível visa aliviar a erosão do poder de compra que os consumidores moçambicanos têm vindo a registar nos últimos meses.

Max Tonela observou ainda, na mesma ocasião, que a inflação seria mais acentuada no País caso as autoridades não tivessem mexido nos custos associados à estrutura logística e margens de lucros inerentes à importação e distribuição de combustíveis no país.

Entretanto, as Gasolineiras, através da sua agremiação, a Associação das Empresas Petrolíferas, AMEPETROL, veio a terreiro, e em bom tom, dizer não existirem condições para essa descida. E mais alto ainda, disseram as gasolineiras, o preço deveria subir, ou seja, o preço real a ser praticado actualmente, deveria estar acima de 100 meticais, concretamente, “115 meticais o litro de gasolina e do gasóleo”. Disse Ricardo Cumbe, Secretario_geral da AMEPETROL.

Para a AMEPETROL pese embora se esteja a registar uma queda de preços na origem, estes não se manifestam automaticamente no preço de venda ao público. Acrescer a isso, justifica a AMEPETROL, está o facto de a fórmula usada para a fixação dos preços finais considerar uma média ponderada.

Ricardo Cumbe, deixou transparecer a existência de outros pendentes com o Governo que, depreendemos, poderem também estar a influenciar o posicionalmente das gasolineiras, como seja a dívida existente.

Já perdemos a conta, podemos dizer que o valor é avultado. A última vez que contabilizámos, estávamos em mais de 150 milhões de dólares”. Disse Ricardo Cumbe, referindo-se ao volume da dívida do Governo para com as gasolineiras.

O antigo governante, Tomas Salomão, como que a querer meter água na fervura, falando ao canal STV, veio apelar serenidade as partes, recomendando que estas deveriam pautar por um diálogo franco e aberto sobre o assunto, pois, de uma ou de outra forma, o cidadão quer e deseja descida do preço dos combustíveis.

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