Campanha Agrícola 2025 Visa Comercializar 21 Milhões de Toneladas e Estimular Integração Produtiva em Moçambique

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Destaques
• Meta representa crescimento de 14% face à campanha anterior, com forte contribuição das províncias de Nampula e Maputo;
• Comercialização é pilar para absorção de excedentes, geração de rendimento e ligação entre produção e transformação industrial;
• Governo anuncia reforço de linhas de financiamento, com enfoque na juventude e dinamização do mercado rural;
• Sector privado é chamado a investir em logística, agroprocessamento e redes de distribuição.


Com a meta de comercializar 21 milhões de toneladas de produtos diversos em 2025, o Governo moçambicano aposta na comercialização agrícola como vector estratégico para dinamizar a economia rural, reduzir perdas pós-colheita e estimular a industrialização baseada na produção nacional.

O Presidente da República, Daniel Chapo, lançou a Campanha Nacional de Comercialização Agrícola 2025 no distrito de Sussundenga, destacando que, apesar dos choques climáticos e limitações estruturais, o país alcançou em 2024 a comercialização de 20,1 milhões de toneladas de produtos agrícolas — um aumento de 14% face ao ano anterior.

A comercialização agrícola em Moçambique continua a enfrentar desafios relevantes, como a fraca integração entre produção e mercado, a escassez de infra-estruturas logísticas, a volatilidade de preços e a limitada capacidade de armazenamento e processamento. Estes constrangimentos reduzem o valor económico da produção agrícola, afectam a segurança alimentar e limitam o retorno para os produtores.

Nesse contexto, o Governo propõe-se a criar condições para transformar a comercialização agrícola num instrumento efectivo de crescimento económico, actuação que passa por três eixos principais:

  1. Financiamento produtivo e inclusão de jovens – com novas linhas de crédito, incluindo fundos de desenvolvimento local com 60% destinados à juventude, o Executivo procura estimular a participação de novos actores na cadeia de valor agrícola e fomentar o empreendedorismo rural.
  2. Melhoria do escoamento e da interligação com os mercados urbanos – com apelos a maior fluidez entre zonas produtoras e centros de consumo, o Governo reconhece que a falta de logística e conectividade continua a ser um obstáculo crítico à competitividade do sector.
  3. Integração agro-industrial – ao lançar a campanha sob o lema “Comercialização Agrária como Factor Dinamizador da Economia Local e Industrialização”, o Executivo procura sinalizar uma nova fase onde a produção agrícola alimenta a transformação industrial nacional, promovendo encadeamentos produtivos.

Para o sector privado, as oportunidades são vastas e claras: há espaço para investimento em centros de comercialização, armazenamento, transporte refrigerado, plataformas digitais de transacção agrícola e agroprocessamento descentralizado. A previsibilidade do volume de produção e o compromisso político do Governo com o sector constituem incentivos à participação de operadores comerciais e industriais.

O envolvimento activo do sector privado será essencial para garantir que os volumes comercializados se traduzam em valor económico real, com impacto na balança comercial, nos níveis de emprego e na consolidação de mercados locais e regionais.

A concretização dos objectivos da campanha de comercialização 2025 será, portanto, um barómetro não apenas da capacidade produtiva agrícola, mas da eficácia do modelo económico de desenvolvimento rural que Moçambique procura consolidar.

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