Claudia Goldin é Prémio Nobel da Economia 2023

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A historiadora económica de Harvard Claudia Goldin ganhou o prémio Nobel de economia de 2023 pelo seu trabalho expondo as causas da desigualdade salarial e do mercado de trabalho profundamente enraizada entre homens e mulheres, disse a Real Academia Sueca de Ciências nesta segunda-feira, 09 de Outubro.

O prestigiante prémio, formalmente conhecido como Prémio Sveriges Riksbank em Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, é o último da safra deste ano de prémios Nobel e vale 11 milhões de coroas suecas, ou quase US$ 1 milhão dólares.

“A laureada deste ano em Ciências Económicas, Claudia Goldin, forneceu a primeira descrição exaustiva dos rendimentos das mulheres e da sua participação no mercado de trabalho ao longo dos séculos”, declarou o organismo que atribui o prémio num comunicado.

“A sua investigação revela as causas da mudança, bem como as principais fontes do fosso entre os géneros que ainda subsiste”.

O prémio para a economia é o último da série de prémios Nobéis deste ano, que já distinguiu a descoberta de vacinas contra a COVID-19, fotografias atómicas e “pontos quânticos”, bem como um dramaturgo norueguês e um activista iraniano.

Goldin, que em 1990 se tornou a primeira mulher a ser titular no departamento de economia de Harvard, é apenas a terceira mulher a ganhar o Prémio Nobel da Economia – e a primeira a ganhá-lo sozinha, em vez de o partilhar.

A decisão foi saudada como “um prémio para as grandes ideias e para a mudança a longo prazo”.

“Ainda existem grandes diferenças entre mulheres e homens em termos do que fazem, como são remunerados e assim por diante”, disse Goldin à Reuters na sua casa em Cambridge, Massachusetts.

“E a questão é: porque é que isto acontece? E é disso que trata o trabalho”.

O livro de Goldin “Understanding the Gender Gap: An Economic History of American Women”, de 1990, foi um exame extremamente influente das raízes da desigualdade salarial ao longo de 200 anos de história.

“Sempre me considerei uma detective e escrevi há muitos anos (…) um artigo intitulado ‘o economista como detective'”, afirmou numa gravação publicada no sítio Web do Nobel. “Sou detective desde criança”.

A autora prosseguiu com estudos sobre o impacto da pílula contraceptiva nas decisões profissionais e matrimoniais das mulheres, os apelidos das mulheres após o casamento como indicador social e as razões pelas quais as mulheres são actualmente a maioria dos estudantes universitários.

“As descobertas de Claudia Goldin têm vastas implicações sociais”, afirmou Randi Hjalmarsson, membro do comité do Prémio de Economia. “Ela mostrou-nos que a natureza deste problema ou a origem desta diferença de género subjacente muda ao longo da história e com o curso do desenvolvimento”.

Hjalmarsson citou as palavras da própria Goldin: “Se finalmente compreendermos o problema e lhe dermos o nome correcto, poderemos abrir um caminho melhor”.

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