Comboios regressam a linha Beira-Machipanda volvidos 26 anos, reabilitação durou 4 anos e custou US$ 200 milhões

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O comboio de passageiros voltou  na quinta-feira, 23/11,  a circular na linha férrea que liga a cidade portuária da Beira, capital da província central de Sofala, ao posto administrativo de Machipanda, que faz fronteira com o Zimbabwe.

Foi o comboio especial E2221 dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) voltou a apitar quando eram 10h25 desta quinta-feira, na vila de Manica, fazendo o percurso  até à fronteira de Machipanda. Nyusi e Mnangagwa foram os primeiros passageiros, acompanhados de membros do governo, jornalistas e outro pessoal de apoio dos dois países.

Espera-se que a infraestrutura venha dar um contrubuto notaval na dinamização da economia da região da África Austral, na medida em que, entre outros,  vai incrementar o escoamento da carga de 600 mil toneladas para 3,5 milhões por ano.

Também vem solucionar o problema de transporte para a população.  

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi disse na ocasião que a tarifa do comboio de passageiros será acessível e vai permitir que as pessoas viagem de forma mais barata e segura.

“A reabilitação destas infra-estruturas coloca Moçambique numa vantagem estratégica na transacção de produtos para os países do interior” sublinhou o estadista moçambicano”, afirmou o Estadista moçambicano.

“Na linha de Machipanda, que hoje anunciamos oficialmente concluída, poderá ser usada para o transporte de  calcário, combustível, açúcar, e três outros produtos. É orgulho dos moçambicanos ver a linha férrea reabilitada porque facilitará a circulação de pessoas e bens. Das 18 toneladas por eixo passa para 20 toneladas. Estou a falar para o mundo. Saber que temos essa capacidade”, disse Nyusi.

“A linha está pronta para receber e manusear carga diversa. A par do movimento da linha, um dos resultados imediatos da reabilitação desta infra-estrutura é a retoma do comboio de passageiros. Vai promover o turismo. O comboio não veio concorrer com outros meios de transporte. Vem apenas ajudar a população, na maioria desfavorecida”, destacou.

Mnangagwa, por seu turno, afirma que a reinauguração da linha férrea e a reintrodução do comboio de passageiros é mais uma etapa na história e solidariedade dos dois povos, pois sela as relações de irmandade de dezenas de anos. 

“A reabilitação e reconstrução bem sucedida da linha férrea mostra a preocupação que o Governo tem para resolver os problemas da população. Hoje, os dois povos podem estar ligados através da linha férrea, facilitando, desta forma, as trocas comerciais. Moçambique nunca os abandonou nas sanções que fomos impostos quando estávamos a reivindicar as nossas terras”, disse o estadista zimbabweano.

“Hoje estamos a recuperar pouco a pouco graças a boa vizinhança com Moçambique. Todos sabemos que um país só pode ser construído pelo seu povo. Senti o orgulho em ver que são os próprios moçambicanos que constroem o seu país. Este é um exemplo que levamos para o Zimbabwe”.

As obras de reabilitação da linha férrea Beira-Machipanda ligando a República do Zimbabwe, numa extensão de 317,7 quilómetros, vinham decorrendo desde Agosto de 2019, a sua conclusão foi inicialmente projectada para Novembro de 2022.

Os custos da intervenção foram na ordem de 200 milhões de dólares norte–americanos, as obras tiveram como objectivo a redução substancial do tempo de viagem dos comboios de 18 para 12 horas e os comportaram, entre outras acções,  a melhoria, a substituição de carris de 18 para 126, substituição de travessas de madeira por outras de betão armado e balastros.

Concluida a intervenção a Linha de Machipanda é hoje uma ferrovia com padrões internacionais, mostra-se mais segura e preparada para evitar acidentes de descarrilamento de comboios, aumento da capacidade de transporte da via de cerca de 300 mil, para três milhões de toneladas por ano, garantindo assim comodidade e segurança do tráfego. Além disso, a Linha de Machipanda está agora preparada passar suportar vagões de 80 toneladas brutas, assegurando, assim, a competitividade com transportadoras rodoviárias, podendo escoar três milhões de toneladas por ano contra os anteriores 300 no mercado interno e externo, como Zimbabwe, Zâmbia e RD Congo.

Outro particular, é que, o comboio de passageiros volta a apitar após a interrupção que dura desde 1987, período de guerra e pelo estado avançado de degradação, que resultava em frequentes acidentes ferroviários passando o transporte rodoviário o principal meio para os passageiros do corredor ao longo da Estrada Nacional nº 6

Para garantir segurança e comodidade dos passageiros, todas as estações ferroviárias da linha de Machipanda beneficiaram-se de obras de reabilitação e a empresa CFM conta, nesta altura, com novos meios circulantes, como locomotivas, vagões e carruagens.

Após a conclusão das obras da linha, o comboio de passageiros voltará a apitar após a interrupção que dura desde 1987, período de guerra e pelo estado avançado de degradação, que resultava em frequentes acidentes ferroviários passando o transporte rodoviário o principal para os passageiros do corredor ao longo da Estrada Nacional nº 6. Para garantir segurança e comodidade dos passageiros, todas as estações ferroviárias da linha de Machipanda estão a beneficiar das obras de reabilitação e a empresa CFM já requisitou novos meios circulantes, como locomotivas, vagões e carruagens.

A Linha de Machipanda é instrumental, na medida em que liga o Corredor da Beira liga Moçambique ao Zimbabwe, Zâmbia e República Democrática do Congo, fornecendo transporte rodoviário ao longo da rota Beira-Mutare-Harare-Chirundu-Lusaka e transporte ferroviário compreendendo duas linhas, nomeadamente as de Machipanda (317 quilómetros) e de Sena (600 quilómetros), que liga o Porto da Beira às minas de carvão de Moatize, via Inhamitanga, Caia e vila de Sena.

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