Coral Norte promete 3 mil milhões para empresas moçambicanas: “Este é um jogo dos campeões e o país já está em campo”, diz Simone Santi

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  • Presidente da EuroCam destaca novo modelo de conteúdo local: avaliação técnica de empresas nacionais, flexibilização inicial nas certificações e sessões de procurement mensais para fomentar inclusão

O Plano de Desenvolvimento do Coral Norte não só garante contratos de até 3 mil milhões de dólares para empresas moçambicanas, como introduz um novo modelo de conteúdo local. A operadora compromete-se a incluir empresas ainda sem certificação ISO, baseando-se em critérios técnicos e organizacionais.

Destaques

  • 3 mil milhões USD em bens e serviços para empresas moçambicanas;
  • Eni realizará Open Days mensais em Maputo e Cabo Delgado;
  • Serão avaliadas 100 empresas locais para entrada na cadeia de fornecimento;
  • Mais de 1.400 empregos previstos entre directos e indirectos;
  • Estratégia inclui consórcios e parcerias internacionais para escalar capacidades.

Segundo Simone Santi, o conteúdo local do Coral Norte representa uma evolução clara face aos projectos anteriores, com novos mecanismos que colocam a inclusão empresarial no centro da equação.

“O Coral South envolveu 800 milhões de dólares em empresas moçambicanas. Agora estamos a falar de 3 mil milhões de dólares. E não é só o volume. É a metodologia que mudou”, afirma.

A ENI comprometeu-se com sessões mensais de procurement (Open Days) em Maputo e Cabo Delgado, nas quais os responsáveis vão receber empresas nacionais e apresentar oportunidades concretas de fornecimento.

Mais ainda, o operador concordou em avaliar tecnicamente até 100 empresas moçambicanas, mesmo sem certificação ISO. “Isso é um avanço. Não é uma dispensa de exigência, mas um reconhecimento de que o mercado precisa de tempo para maturar. Trata-se de abrir a porta, sem abrir mão da qualidade.”

Para além disso, Santi sublinha que o futuro exige parcerias com empresas estrangeiras e formação de consórcios: “Nem todas as empresas moçambicanas têm escala ou recursos, mas podem juntar-se entre si ou a parceiros externos, como italianos, franceses ou chineses. A chave está na complementaridade.”

Já estão mapeadas mais de 100 empresas com potencial de actuação, e pelo menos 80 categorias de bens e serviços foram identificadas como fornecimentos possíveis, incluindo manutenção, electrificação, logística, limpeza industrial, entre outros.

“Este é um jogo dos campeões. Moçambique já está em campo. Agora cabe ao empresariado mostrar organização, competência e transparência. Porque este jogo não é de favores. É técnico, limpo e com livro aberto”, conclui Simone Santi.

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