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Crise pós-eleitoral ameaça crescimento económico em Moçambique: CTA revê previsões para 2025

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A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reviu em baixa as suas projecções de crescimento económico para 2025, apontando agora para um aumento inferior a 3,3%. Este número contrasta com a previsão de 5% do Governo, que esperava um forte impulso proveniente da indústria extrativa, sobretudo do gás natural da Bacia do Rovuma. As revisões reflectem os impactos devastadores dos protestos pós-eleitorais, que abalaram diversos sectores e colocaram em risco os alicerces da recuperação económica do país.

Segundo Eduardo Sengo, Director Executivo da CTA, o cenário actual é descrito como “totalmente sombrio”, e as perspectivas indicam um crescimento “muito baixo”, embora o País não deva entrar em recessão. Para Sengo, os danos causados pela recente crise assemelham-se aos de uma guerra civil, tendo provocado uma queda significativa na oferta de produtos e uma redução no consumo das famílias. Estes fatcores, combinados, contribuíram para uma desaceleração generalizada da economia.

Impacto nos Investimentos e no PIB

Os protestos, marcados por episódios de vandalismo e destruição de infraestruturas, atingiram severamente o investimento agregado e, consequentemente, o Produto Interno Bruto (PIB). Indústrias e infraestruturas essenciais foram destruídas, interrompendo a atividade produtiva em várias regiões do país. De acordo com a CTA, esta situação compromete diretamente o desempenho económico, uma vez que esses investimentos têm um peso significativo na geração de riqueza e na criação de empregos.

Além disso, o clima de incerteza gerado pela instabilidade política pós-eleitoral reforça a desconfiança dos investidores, tanto domésticos quanto internacionais. O setor privado enfrenta dificuldades adicionais, com impactos diretos na produção, nos fluxos comerciais e nas perspetivas de expansão.

Indústria Extractiva: Um pilar sob pressão

A expectativa inicial do Governo de alcançar um crescimento económico robusto baseava-se no desempenho da indústria extrativa, especialmente do gás natural da Bacia do Rovuma. Contudo, a crise pós-eleitoral criou um ambiente de incerteza que pode atrasar projectos estratégicos no sector. Investimentos de longo prazo, cruciais para a exploração e desenvolvimento do gás natural, podem ser adiados ou revistos, dificultando o aproveitamento pleno do potencial energético do país.

Caminhos para a recuperação

Para mitigar os impactos da crise e revitalizar a economia, a CTA destaca a necessidade urgente de adotar medidas estratégicas. A restauração da confiança dos investidores será fundamental, exigindo do Governo ações concretas para garantir estabilidade política e segurança jurídica. A reconstrução das infraestruturas danificadas deve ser priorizada, assim como o fortalecimento das instituições para prevenir crises futuras.

Adicionalmente, a diversificação económica surge como um pilar essencial para reduzir a dependência do país em relação a setores vulneráveis a choques externos e internos. O incentivo à produção agrícola, à industrialização e ao comércio interno poderá contribuir para a criação de uma base económica mais resiliente e sustentável.

Desafios e oportunidades para 2025

O ano de 2025 apresenta-se como um período crítico para Moçambique. Os desafios impostos pela crise pós-eleitoral requerem uma abordagem integrada, que envolva o Governo, o setor privado e a sociedade civil. Embora as perspetivas de crescimento tenham sido revisadas em baixa, existe espaço para iniciativas que promovam a recuperação económica e a melhoria das condições de vida da população.

Neste contexto, o fortalecimento do diálogo político e a implementação de reformas estruturais serão cruciais para criar um ambiente propício ao crescimento. A capacidade do país de superar os obstáculos atuais determinará o rumo da sua economia nos anos vindouros, influenciando diretamente a sua posição no cenário regional e global.

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