
CTA Alerta Que o país Recupera Credibilidade, Mas Enfrenta O Teste Da Confiança E Da Segurança Económica
- A saída da lista cinzenta é uma vitória e mostra que Moçambique é capaz de cumprir compromissos internacionais e alinhar-se às melhores práticas de transparência financeira;
- A CTA considera que é hora de transformar esta saída em crescimento sustentável;
- A conquista cria uma nova obrigação moral: manter a disciplina, fortalecer a ética e não voltar atrás;
- O combate à insegurança deve ser tratado como uma prioridade económica — um país inseguro não atrai investimento, e sem investimento não há crescimento.
Moçambique foi oficialmente retirado da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), após cumprir todas as recomendações para reforçar o combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo. A decisão anunciada oficialmente esta sexta-feira 24 de Outubro na Franca, foi aprovada por unanimidade pelo plenário do GAFI e, encerra um ciclo de três anos de monitoria reforçada. Entre 2022 e 2025, Moçambique implementou reformas profundas no sistema financeiro, jurídico e institucional.
Durante o processo, o Governo reforçou os mecanismos de supervisão, modernizou o quadro legal e criou canais de cooperação interinstitucional envolvendo o Banco de Moçambique, o Ministério da Justiça e o Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (GIFiM).
Em conferência de imprensa, o Vice-presidente da CTA, Onório Manuel, disse que a retirada de Moçambique da Lista Cinzenta do Gafi, representa um ganho de credibilidade e abre novas perspectivas para o investimento e o financiamento externo. Contudo, o país ainda enfrenta os desafios da corrupção, insegurança e baixa confiança institucional factores que continuam a minar o ambiente de negócios e o ritmo do crescimento económico.
“A saída da lista cinzenta é uma vitória de todos os moçambicanos esta conquista pertence ao país inteiro. Mostra que Moçambique é capaz de cumprir compromissos internacionais e de alinhar-se às melhores práticas de transparência financeira. Os bancos correspondentes voltam a olhar para Moçambique com confiança. Isso significa crédito mais barato, mais rápido e mais previsível para o sector produtivo.”, Sublinhou Vice-Presidente da CTA
Especialistas estimam que o país possa recuperar entre 800 milhões e 1,5 mil milhões de dólares em fluxos financeiros internacionais perdidos durante o período de vigilância do GAFI. Esses recursos, que antes encontravam barreiras no sistema bancário internacional, poderão agora reforçar o investimento em sectores estratégicos como energia, agricultura, turismo e logística.
Desde Outubro de 2022, a economia moçambicana sofreu um aumento do custo de capital, restrições em transferências bancárias e maior desconfiança nos mercados financeiros.
Vários bancos internacionais reduziram as suas linhas de crédito e impuseram auditorias adicionais, afectando a liquidez e a competitividade das empresas locais.
O impacto indirecto reflectiu-se também na perda de oportunidades de investimento directo estrangeiro (IDE) e no rebaixamento da percepção de risco do país, travando projectos em infra-estruturas e energia.Segundo analistas, Moçambique poderá ter perdido até 7,6% do PIB em potenciais fluxos financeiros durante o período de vigilância do GAFI.
“Enquanto estivemos na lista cinzenta, pagámos um preço elevado pela desconfiança. Agora é hora de transformar esta saída em crescimento sustentável. Nenhum país pode atrair investimento se o seu nome estiver associado a risco financeiro ou má governação. Este passo devolve-nos dignidade e previsibilidade,” Vice-presidente da CTA
Apesar do reconhecimento internacional, o Vice-Presidente da CTA adverte que o país ainda enfrenta riscos internos que ameaçam a confiança dos investidores. Casos recorrentes de corrupção na função pública, má gestão de fundos e atrasos administrativos continuam a criar obstáculos ao ambiente de negócios. A par disso, a insegurança urbana tem-se agravado, com registo de sequestros e assassinatos de estrangeiros e empresários, o que afecta directamente a percepção de estabilidade e previsibilidade do país.
A CTA compromete-se a reforçar práticas de integridade, conformidade e boa governação empresarial, em coordenação com o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), com quem mantém um memorando de entendimento para a promoção de uma cultura empresarial ética.
“Não há corrupção sem corruptor. A responsabilidade é partilhada entre o sector público e o privado. O combate à insegurança deve ser tratado como uma prioridade económica. Um país inseguro não atrai investimento, e sem investimento não há crescimento. Esta conquista cria uma nova obrigação moral, manter a disciplina, fortalecer a ética e não voltar atrás. Se daqui a três anos o GAFI voltar e nos encontrar disciplinados, estaremos a provar que esta vitória é sólida e não apenas circunstancial, todo o país escolhe como quer ser visto, esta é a nossa oportunidade de mostrar ao mundo que somos um parceiro confiável, “sublinhou Onório Manuel
Com a saída da lista cinzenta, Moçambique reconquista a sua liberdade financeira internacional, mas ainda precisa conquistar a confiança interna o verdadeiro activo que sustentará o crescimento e a estabilidade económica no médio prazo.
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