CTA propõe uma abordagem de industrialização centrada na promoção de conteúdo Local através das compras do Estado

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Uma abordagem de industrialização que assenta, essencialmente, na promoção do Conteúdo Local através das compras do Estado, esta é a proposta da Confederação das Associações Económicas – CTA, para acelerar o processo de industrialização no país.

Para a CTA, a necessidade de definição de políticas de aquisição que privilegiem e incentivem a adição de valor de produtos a nível local, com enfoque no sector público, reforçando as políticas já existentes, pode contribuir para industrialização do país, e é justificada pelo facto de o Estado Moçambicano ser entendido como “Mega-projecto”, apresentando, actualmente, uma despesa correspondente a cerca de 33% do PIB.

 Para materializar esta abordagem, a CTA, em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio e outros actores, pretende “fazer o mapeamento e identificação dos potenciais bens produzidos localmente”. O processo compreende a descrição das respectivas capacidades de produção e preços médios e identificação das necessidades do Estado em termos de aquisição bens, “o que irá ajudar a entender as potencialidades existentes na produção e no mercado local”, detalhou Agostinho Vuma, presidente da CTA.

Apesar de reconhecer a aposta do Governo na preferência por empresas nacionais no processo de contratação pública para o fornecimento de bens e serviços, bem como na promoção de incorporação de factores nacionais em relação ao fornecimento de bens, a CTA vai mais longe e propõe que a incorporação de factores nacionais em relação ao fornecimento de bens seja determinante para que incentive a indústria transformadora, minimizando o problema de acesso aos mercados.

Para esta organização económica, este incentivo pode ser conseguido através do “Compromisso Orçamental do Governo de Moçambique de aquisição de bens e serviços produzidos localmente e com a utilização dos factores de produção locais”.

Refira-se que a Indústria manufactureira tem apresentado decréscimos significativos nos últimos 10 anos, sendo que em 2017 a sua contribuição no PIB foi de 8,7%, contra 11,8% registado em 2008. Um estudo de 2019 feito pela CTA sobre a competitividade da indústria, discutido com o Ministério da Indústria e Comércio, sugeria que os principais factores que afectam a competitividade da indústria manufactureira moçambicana eram o custo das matérias-primas, o custo de capital, o custo de energia, além do acesso ao mercado e a disponibilidade de força de trabalho habilitada para as necessidades específicas da indústria transformadora.

Para a CTA, este resultado sugere que as medidas para a dinamização do sector manufactureiro moçambicano devem ter em conta estas variáveis, uma vez que são as que mais afectam a competitividade do sector.

Estes posicionamentos foram defendidos no Seminário Económico realizado esta segunda-feira (19) no AFECC Gloria Hotel Maputo, sob o lema “Industrialização Integrada: Alinhamento Estratégico e Operacional”.

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