Economia registou ligeira melhoria em Fevereiro, depois de uma contração em Janeiro

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  • As empresas assistem a uma modesta recuperação em novas encomendas;
  • As compras a montante aumentam pela primeira vez em quatro meses;
  • A confiança das empresas atinge os níveis mais baixos desde Novembro de 2020.

O Purchasing Managers’ Index™ (PMI™), do Standard Bank, reportando-se ao mês de Fevereiro, revelou a ocorrência de uma melhoria renovada da saúde da economia moçambicana, com uma modesta recuperação nos volumes de novas encomendas a suportar novos aumentos na produção e na actividade de aquisição. A retoma do crescimento seguiuse a um início do ano fraco, uma vez que as condições das empresas sofreram em Janeiro um declínio pela primeira vez em 12 meses.

A recuperação económica foi apenas ligeira, de modo geral, e foi acompanhada por novos aumentos nos custos das matérias-primas e nos encargos com a produção. Além disso, a confiança na actividade futura desceu para o nível baixo desde Novembro de 2020, enquanto um fraco crescimento das contratações contribuiu para um ligeiro aumento nos pedidos acumulados.

Em Fevereiro, o PMI principal registou acima do valor neutro de 50,0 pela primeira vez em três meses, aumentando para 50,5 depois do valor mais baixo em 12 meses de 48,2 em Janeiro. O valor foi indicativo de apenas uma expansão ligeira nas condições de operação.

Três dos cinco subcomponentes do PMI, nomeadamente a produção, novas encomendas e stocks de aquisições, voltaram a crescer em Fevereiro. Os mais recentes dados do inquérito assinalaram uma modesta recuperação na produção, que os membros do painel associaram, maioritariamente, a níveis de procura mais elevados. No entanto, a expansão não abrangeu todos os sectores. Os sectores industrial, do comércio por grosso e a retalho e dos serviços registaram uma actividade mais elevada, enquanto a agricultura e a construção assistiram a um decréscimo.

De igual modo, a afluência de novas encomendas aumentou em Fevereiro, após o primeiro declínio em 12 meses no início do ano. A taxa de crescimento foi a mais rápida observada para três meses e ligeiramente superior à tendência da série, mas foi apenas modesta no geral e indicou somente uma recuperação parcial do declínio de Janeiro. Tal como a produção, os volumes de vendas aumentaram em apenas três dos cinco setores monitorizados.

Contudo, expansões globais na produção e em novos negócios fizeram com que as empresas aumentassem a sua atividade de aquisição em Fevereiro, terminando, deste modo, um período de contração de três meses. Os stocks de aquisições também aumentaram, ainda que ligeiramente, enquanto as empresas assistiram a uma forte redução nos prazos de entrega.

Uma maior procura de matérias-primas sublinhou um novo aumento dos preços de aquisição, o que contribuiu para uma ligeira aceleração nos custos gerais dos meios de produção. Na sua maioria, as empresas optaram por passar estes custos para os seus clientes, resultando num modesto aumento dos preços após uma ligeira redução em Janeiro.

A capacidade das empresas sofreu uma pressão renovada em Fevereiro, uma vez que as encomendas em atraso aumentaram pela primeira vez em sete meses. A acumulação deveu-se, em parte, a um crescimento das contratações relativamente fraco, que aumentou em relação a Janeiro, mas apenas um pouco no geral.

Tendências de emprego baixas foram acompanhadas por uma queda acentuada nas expectativas das empresas para atividade futura, que atingiram o nível mais baixo em 27 meses. É de salientar que um pouco mais de um terço (35%) dos inquiridos espera um aumento da produção ao longo do próximo ano.

Relativamente aos resultados do inquérito, Fáusio Mussá, economista chefe do Standard Bank – Moçambique, afirmou que “apesar desta ligeira melhoria, o PMI sugere que a economia continua a evidenciar, numa perspectiva de crescimento, um arranque lento no início de 2023”

Fazendo uma analise prospectiva, Fáusio Mussá, revela que o declínio substancial no subíndice de expectativas futuras, estar associado à expectativas de um apoio limitado ao crescimento económico por parte das políticas fiscal e monetária.

“Mantemos a nossa previsão de que a recuperação do crescimento do PIB para 2023 irá provavelmente permanecer irregular e centrar-se no sector primário. Considerando, também, os atrasos na implementação dos projetos de gás natural e a polémica em torno da reforma salarial do governo, o sentimento das empresas vê-se, assim, influenciado por estes factos.” Disse o Economista-Chefe do Standard Bank.

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