
Empresas italianas de olho em Moçambique perante o “ Plano Mattei”
- Apenas alguns dias antes da revelação do tão esperado plano Mattei da Primeira-Ministra Meloni, uma missão comercial incluindo a WEBUILD, o maior conglomerado italiano de engenharia e construção, visitou Maputo semana passada para sondar grandes investimentos em infra-estruturas.
A missão deverá reunir-se com empresas italianas que operam em Moçambique, bem como com entidades governamentais ligadas a projectos-chave de desenvolvimento, particularmente no sector da energia.
Baptizada com o nome do fundador da Eni, Enrico Mattei, a iniciativa de Meloni tem como objectivo encorajar uma abordagem holística ao lidar com o continente africano.
De acordo com o Embaixador de Itália em Moçambique, Gianni Bardinni, “As relações históricas entre Moçambique e Itália estão entre as mais fortes de África e os dois países estão prontos para entrar numa nova era de cooperação comercial e empresarial”.

Os pormenores do Plano Mattei fazem parte da agenda da Cimeira Itália – África que decorre hoje em Roma, estando Moçambique representado ao mais alto nível pelo estadista Filipe Jacinto Nyusi.
Uma estrutura de gestão que inclui políticos e empresas controladas pelo Estado será responsável por um plano do Governo italiano para impulsionar a cooperação energética com os países africanos.
Sobre o domínio energético, de modo mais específico, uma fonte da petrolífera italiana, concessionária da Área 4 do Rovuma, disse haver discussões com as autoridades moçambicanas sobre o desenvolvimento de uma segunda plataforma flutuante, cópia da primeira e designada Coral Norte, para aumentar a extracção de gás.
Ao mesmo tempo, a Eni está a avançar com processos de aquisição, estudos de impacto ambiental, entre outros, incluindo contratos associados à perfuração.
O plano envolve, nomeadamente, a aquisição de uma segunda plataforma flutuante FNLG, para a área Coral Norte, idêntica à que opera na extracção de gás, desde meados de 2022, na área Coral Sul.
“A Eni está a trabalhar para o desenvolvimento do Coral Norte através de uma segunda FLNG em Moçambique, aproveitando a experiência e as lições aprendidas na Coral Sul FLNG, incluindo as relacionadas com custos e tempo de execução”, acrescentou a mesma fonte da petrolífera, operador delegado daquele consórcio.
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma ‘joint venture’ em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70 por cento de interesse participativo no contrato de concessão.
A Galp, Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique detêm cada uma participação de 10 por cento.
Um documento divulgado anteriormente, elaborado pela firma moçambicana Consultec para a petrolífera Eni, aponta tratar-se de um investimento de sete mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros), sujeito a aprovação do Governo moçambicano.
Se o cronograma correr como previsto, a plataforma começará a produzir no segundo semestre de 2027, ou seja, poderá arrancar ainda antes dos projectos em terra, que dependem de implicações de segurança devido à insurgência armada em Cabo Delgado.
A Coral Norte ficará estacionada 10 quilómetros a norte da Coral Sul cuja produção arrancou em Novembro do ano passado, tornando-se no primeiro projecto a tirar proveito das grandes reservas da bacia do Rovuma.
A Itália tem uma presença significativa em Moçambique, principalmente no sector de energia e indústrias relacionadas. Nos últimos oito anos (2012-2019) o país europeu tornou-se o primeiro investidor europeu em Moçambique, com US$ 3,5 bilhões de investimentos. Só em 2019, a Itália investiu US$ 288 milhões em Moçambique, confirmando-se como o terceiro maior investidor a nível global.
Em Moçambique existem cerca de 50 empresas italianas. Além da ENI e da SAIPEM, actuam no país a CMC (construção civil), a Bonatti (engenharia e Óleo & Gás), a Nuovo Pignone (turbinas a gás) e a RENCO (construção e hotelaria).
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