Evasão em massa na Cadeia Central da Matola: 1.534 reclusos evadiram-se, 33 mortos

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Moçambique enfrenta uma grave crise de segurança após a fuga em massa de 1.534 reclusos da Cadeia Central da Matola, em pleno 25 de Dezembro, e no auge das manifestações violentas pós-eleitorais que assolam o País, particularmente na nova vaga que se seguinte a confirmação dois resultados eleitorais.

 O episódio, ocorrido em meio à tensão pós-eleitoral que domina o País, resultou na morte de 33 detentos durante confrontos com agentes penitenciários e trouxe à tona preocupações profundas sobre a segurança pública e o sistema prisional.

De acordo com o Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, o incidente começou quando manifestantes subversivos se aproximaram da prisão, exigindo a libertação de detentos. A agitação levou ao colapso de um muro que separava a Cadeia Central da Matola de outro estabelecimento prisional, facilitando a fuga dos presos.

Entre os foragidos estão 29 terroristas condenados, incluindo indivíduos considerados altamente perigosos. O Comandante Rafael destacou o risco iminente de aumento da criminalidade, incluindo roubo, assalto à mão armada, sequestros e outros crimes violentos, como consequência direta da evasão.

Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) iniciaram imediatamente operações de busca e recaptura. Até o momento, 150 reclusos foram detidos e estão sendo devolvidos ao sistema prisional. Rafael exortou a população a colaborar, denunciando movimentos suspeitos e ajudando as autoridades a localizar os fugitivos. “Como podem imaginar, esperamos nas próximas 48 horas uma subida vertiginosa da criminalidade”, alertou o Comandante.

A evasão também expõe as fragilidades do sistema prisional de Moçambique. O episódio não foi isolado; cadeias em outras localidades, como Manhiça e Mabalane, também foram alvo de tentativas de fuga nos últimos dias. Isso levanta questões sobre a capacidade do sistema penitenciário de garantir a segurança e prevenir tais incidentes, especialmente em um contexto de tensão política.

Para além da questão de segurança, a fuga em massa desafia a convivência social e agrava o clima de medo e instabilidade no país. Rafael destacou que a situação já ultrapassa o âmbito político e se torna uma crise de criminalidade e ordem social. Ele também alertou que os organizadores das manifestações violentas devem refletir sobre as consequências, que podem afetar suas próprias famílias e comunidades.

A evasão na Cadeia Central da Matola é mais um capítulo da crise que assola Moçambique. Enquanto as autoridades trabalham para recapturar os fugitivos e restaurar a ordem, a situação expõe a necessidade de reformas urgentes no sistema prisional e de medidas eficazes para lidar com os desafios de segurança pública. A cooperação entre as autoridades e a população será essencial para enfrentar este momento crítico e garantir a estabilidade do País.

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