
Líderes globais apoiam e financiam o Programa de Aceleração da Adaptação de África para fazer face às alterações Climáticas no continente
Líderes mundiais reunidos, terça-feira, 08/11, no decurso da cimeira global sobre o clima (COP27) em Sharm El Sheikh, Egipto, para debater a adaptação climática em África, reiteraram a necessidade crítica da adaptação climática em África e mostraram satisfação pelas respostas quem têm sido dadas ao apelo para a capitalização do Programa de Aceleração da Adaptação de África (AAAP).
“Este é um passo fundamental na luta contra as alterações climáticas”, disse o Presidente da União Africana, Macky Sall. “Os compromissos assumidos pelos parceiros africanos darão ao Programa de Aceleração da Adaptação de África o impulso de que necessita para transformar a trajetória de desenvolvimento do continente mais exposto ao clima do mundo; estou confiante na capacidade do AAAP de produzir resultados para África”, salientou.
O Programa de Aceleração da Adaptação de África é uma iniciativa lançada e liderada por africanos, sendo desenvolvida pelo Centro Global de Adaptação (GCA) e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB) em estreita colaboração com a União Africana. A implementação da Iniciativa de Adaptação de África (AAI) almeja mobilizar 25 mil milhões de dólares para implementar, escalar e acelerar a adaptação climática em toda a África. Desde 2021, o AAAP tem integrado a adaptação climática em mais de 3,5 mil milhões de dólares de investimentos em 19 países.
“Quero expressar a minha total solidariedade para com o Programa de Aceleração da Adaptação de África […] Exorto a comunidade internacional a apoiar África a mobilizar os recursos técnicos e financeiros para aumentar a adaptação transformadora”, disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres.
“Com este programa inovador, a África desenvolveu um plano para crescer, criar empregos e oportunidades para as pessoas, e ser resistente à crise climática”, disse o Presidente do Gana, Akufo-Addo. “O singular enfoque do AAAP na questão da adaptação climática também contribuirá para uma maior estabilidade e progresso em África e em todo o mundo; o AAAP está alinhado com os planos do Gana para enfrentar as alterações climáticas, uma vez que preside o Fórum da Vulnerabilidade Climática (CVF) para liderar os esforços dos países mais vulneráveis ao clima para estimular e mobilizar o investimento através dos Planos de Prosperidade Climática”, disse o Chefe de Estado.
James Cleverly, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Commonwealth e Desenvolvimento do Reino Unido, anunciou que o Reino Unido alocará 200 milhões de libras esterlinas à Janela de Ação Climática do Banco Africano de Desenvolvimento. Isto vem juntar-se aos 20 milhões de libras anunciados na COP26 em Glasgow para o Mecanismo de Financiamento a Montante do AAAP.
Cleverly afirmou: “As alterações climáticas estão a ter um impacto devastador nos países da África Subsaariana que enfrentam secas e padrões climáticos extremos, que historicamente têm recebido uma ínfima proporção do financiamento climático. Este novo mecanismo […] verá os fundos vitais serem entregues aos mais afetados pelos impactos das alterações climáticas, muito mais rapidamente”.
O Primeiro-Ministro dos Países Baixos, Mark Rute, deu seguimento ao compromisso assumido na Cimeira de Adaptação de África, realizada no Centro Global sobre Adaptação, em Setembro, para confirmar que os Países Baixos irão contribuir com 110 milhões de euros para o AAAP, com 10 milhões de euros em apoio ao Mecanismo de Financiamento a Montante acolhido pela GCA e 100 milhões de euros para a Janela de Ação Climática do Fundo Africano de Desenvolvimento, no Banco Africano de Desenvolvimento, como parte do compromisso dos Países Baixos de dedicar metade do seu financiamento climático, totalmente baseado em subvenções, à adaptação ao clima, com enfoque na África.
O Primeiro-Ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, ecoou os apelos dos líderes africanos para que os países aumentassem rapidamente o financiamento para a adaptação climática, afirmando: “A crise climática está aqui e agora. Anos de progresso estão em risco”.
“O Mecanismo de Financiamento a Montante do AAAP é o mecanismo de execução da adaptação e irá utilizar milhões para alavancar os milhares de milhões que são necessários para a adaptação”, continuou. “Os projetos AAAP irão gerar resultados eficazes na adaptação ao clima. A adaptação é uma agenda de crescimento. Uma agenda de emprego. E uma agenda de prosperidade. Em nome da Noruega, estou ansioso por continuar esta parceria, investindo nela, e apoiando-a com o Centro Global sobre Adaptação”, acrescentou.
A Diretora Executiva do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, enfatizou a necessidade de acelerar a adaptação em África, afirmando: “É primordial apoiar a adaptação de África porque sem ela África não alcançará o seu tremendo potencial. O AAAP complementa o Fundo de Resiliência e Sustentabilidade do FMI, que ajuda os países a enfrentar choques externos como as alterações climáticas e a assegurar um crescimento sustentável que pode dar a África uma oportunidade de saltar modelos de desenvolvimento ultrapassados”.
O Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Dr. Akinwumi Adesina, disse: “África está a sofrer os efeitos devastadores das alterações climáticas. O nosso continente está a ser alterado em pouco tempo pelo financiamento climático. As contribuições para o Mecanismo de Financiamento a Montante do Programa de Adaptação de África e a Janela de Ação Climática – que o Banco Africano de Desenvolvimento gere – irão ajudar a capitalizar o programa. Com o aumento do capital, podemos realizar melhor o investimento necessário para colmatar a lacuna do financiamento da adaptação. Queremos assegurar que as comunidades mais vulneráveis possam beneficiar de um futuro sustentável e próspero”.
Endossando os resultados da reunião de alto nível, Patrick Verkooijen, CEO do Centro Global sobre Adaptação, encerrou com uma declaração enfatizando o impacto do AAAP até à data, observando que “não há pausa na crise climática. África deve adaptar-se à ameaça das alterações climáticas, e deve adaptar-se agora”.
“Através do AAAP”, continuou, “aÁfrica traçou o seu caminho para um futuro resistente ao clima para a sua juventude, para o seu crescimento económico, e para a sua prosperidade”.














