Moçambique tem uma produção de arroz ainda muito deficitária, precisando de importar para garantir o seu consumo interno. Com vista a reverter o cenário, uma delegação da Federação Nacional das Associações Agrárias de Moçambique (FENAGRI), visitou recentemente o Brasil, no sentido de procurar parcerias para o aumento da produção a nível nacional. Trata-se de uma deslocação que se realizou no âmbito do Memorando de Entendimento firmado entre a Câmara Brasil-África de Agricultura, Pecuária e Tecnologia (CBAA), e a FENAGRI, assinado em Fevereiro do ano em curso. Durante a visita, foram exploradas as potenciais áreas de cooperação entre os dois países falantes da língua portuguesa, tendo em vista a auto-suficiência do arroz, especificamente nas componentes de investigação agrária, transferência de tecnologias, produção de sementes, mecanização, irrigação e colheita, e pós-colheita. De acordo com o presidente da Federação Nacional de Associações Agrárias de Moçambique (FENAGRI), Hernâni Mussanhane, Moçambique pretende ser um grande produtor de arroz, aumentando a sua produção para até um milhão de toneladas e, deste modo, deixar de depender de externos. “Estamos no Brasil, concretamente no Rio Grande do Sul, para aprender. Temos um grande interesse na transferência de tecnologia por meio de equipamentos adequados para potenciar os nossos agricultores e tornar o país mais competitivo, à semelhança desta região em que nos encontramos”.

Durante a sua estadia no Brasil, conforme avanca fonte da FENAGRI, a delegação moçambicana visitou instituições de ensino superior e de investigação, bem como empresas que lidam com equipamentos agrícolas de ponta. Para já, a parte brasileira assegurou que vai apoiar o nosso país a reduzir, drasticamente, a importação de arroz, potenciando a produção nacional através do aumento dos rendimentos, capacitação dos extensionistas e agricultores, bem como por via da adopção de tecnologias agrícolas modernas.

 BRASIL PASSA EXPERIÊNCIA

Por sua vez, o Secretário Brasileiro da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, que recebeu os visitantes, destacou o protagonismo do seu país na produção de arroz, salientando que a região do Rio Grande do Sul é responsável por 70% do consumo brasileiro.

Feltes referiu, ainda, que todas as inquietações apresentadas por Moçambique serão debatidas junto do Governo do Brasil para que, juntos, encontrem uma solução.

No Rio Grande do Sul, a média de produção superou os 8 mil quilos por hectare nas últimas três safras. Enquanto isso, Sinfrónio Júnior, membro da Câmara Brasil-África de Agricultura, Pecuária e Tecnologia, deu garantias de que o Brasil fará tudo para que Moçambique seja um país a ter em conta no que à auto-suficiência do arroz diz respeito. No ano passado, o ministro moçambicano da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, disse que o país poderá produzir arroz suficiente para o seu consumo a partir de 2030.

Embaixador do Brasil em Mocambique, Ademar Seabra

Em entrevista ao O.Económico, o embaixador do Brasil em Mocambique, Ademar Seabra, disse que o Brasil vai prestar apoio para o desenvolvimento da produção de arroz na região do Grande Limpopo, no sul do País, particularmente na Província de Gaza.

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