
Petróleo em Suspenso: Mercado Avalia Ultimato de Trump à Rússia e Ameaças à China
Questões-Chave:
- Donald Trump antecipa prazo e ameaça sanções secundárias à Rússia;
- EUA alertam China sobre tarifas se continuarem a comprar petróleo russo;
- Preço do Brent e do WTI estabiliza após forte alta no dia anterior;
- Mercado reage a riscos de oferta e à pressão diplomática dos EUA;
- FMI alerta para riscos económicos globais devido ao aumento de tarifas e tensões geopolíticas.
Os preços do petróleo mantiveram-se estáveis esta quarta-feira nos mercados asiáticos, após uma valorização superior a 3% no dia anterior. O clima de expectativa foi alimentado por um novo e mais apertado ultimato de Donald Trump à Rússia, que ameaça impor sanções secundárias de 100% a parceiros comerciais que continuem a negociar com Moscovo, caso não haja progressos concretos para o fim da guerra na Ucrânia num prazo de 10 a 12 dias – encurtando substancialmente o prazo inicial de 50 dias.
O contrato mais activo do Brent Crude subiu apenas 1 cêntimo, cotando-se a 71,69 USD por barril, enquanto o WTI caiu ligeiramente para 69,19 USD. O contrato de Setembro do Brent, com expiração nesta quarta-feira, registava uma cotação de 72,56 USD, o valor mais elevado desde 20 de Junho.
Segundo Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, o prémio de risco de 4 a 5 dólares por barril associado à incerteza geopolítica poderá manter-se, salvo alguma iniciativa conciliatória por parte do Presidente Vladimir Putin.
China Resiste, Índia Alinha-se com os EUA
A tensão aumentou também com as declarações do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que advertiu a China – principal compradora do petróleo russo – sobre possíveis tarifas punitivas, caso continue a violar as sanções. Apesar do tom agressivo, analistas do JP Morgan observam que a China dificilmente cederá à pressão americana, ao passo que a Índia tem sinalizado disposição para cooperar, colocando em risco cerca de 2,3 milhões de barris diários de exportações russas.
A situação poderá ter efeitos significativos no equilíbrio da oferta global, tornando os mercados mais sensíveis a interrupções e reacções diplomáticas.
Outros Focos de Atenção: Venezuela, Fed e o FMI
No plano mais estrutural, o mercado segue atento às negociações sobre o petróleo venezuelano. Empresas estrangeiras com interesses na PDVSA continuam à espera de autorizações dos EUA para retomar operações no país, o que poderia aliviar a pressão sobre a oferta global.
Adicionalmente, embora o Presidente Trump tenha manifestado oposição, a Reserva Federal dos EUA deverá manter as taxas de juro inalteradas na reunião de política monetária prevista para esta quarta-feira, o que poderá ajudar a estabilizar a procura.
Por seu turno, o Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu World Economic Outlook Update de Julho, reviu ligeiramente em alta as previsões de crescimento para 2025 e 2026, mas alertou para riscos substanciais associados à escalada tarifária, tensões geopolíticas e défices fiscais crescentes.
Reflexão Estratégica
O actual impasse ilustra a crescente utilização do petróleo como instrumento de pressão diplomática e a fragilidade do mercado perante decisões unilaterais de actores de peso como os EUA. A movimentação de Trump visa condicionar simultaneamente a Rússia e a China, num tabuleiro onde os impactos se medem não só em barris, mas em confiança dos investidores, estabilidade cambial e trajectórias económicas globais.
À medida que os mercados tentam decifrar as intenções e limites da ofensiva americana, a volatilidade manter-se-á elevada — não apenas pelos fundamentos económicos, mas pelas dinâmicas de poder que transformam o petróleo numa moeda geopolítica por excelência.
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