Plano da SADC para o Corredor Norte-Sul Pode Acrescentar Mais de 16 Mil Milhões de Dólares ao PIB Regional

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Questões-Chave:
  • Sete Estados-membros da SADC aprovam programa-piloto para transformar o Corredor Norte-Sul (NSC) num eixo económico integrado;
  • Potencial estimado de geração de 16,1 mil milhões USD no PIB regional e criação de 1,6 milhão de empregos;
  • Projecto prevê integração industrial, modernização agrícola e desenvolvimento sustentável;
  • NSC movimenta mais de 60% do comércio da SADC e cobre mais de metade da população regional;
  • Rota liga Durban (África do Sul) a Kolwezi (RDC), atravessando zonas ricas em recursos minerais e agrícolas.

Sete países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovaram um plano estratégico para transformar o Corredor Norte-Sul (NSC) num “eixo económico inteligente”, com potencial para acrescentar 16,1 mil milhões de dólares ao Produto Interno Bruto (PIB) regional e criar mais de 1,6 milhão de empregos, através da integração industrial, modernização agrícola e reforço da conectividade regional.

Num workshop realizado em Joanesburgo, África do Sul, os governos de Botsuana, República Democrática do Congo (RDC), Maláui, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbabué, em parceria com organismos internacionais de desenvolvimento, aprovaram o Programa-Piloto do Corredor Económico Norte-Sul.

A iniciativa pretende converter o NSC de uma rota tradicional de transporte e comércio num centro de industrialização e crescimento inclusivo, alinhado com as metas de desenvolvimento sustentável da região. A nova visão para o corredor prevê a integração da indústria transformadora, o desenvolvimento de cadeias de valor regionais e a modernização da produção agrícola, aproveitando os recursos naturais e a infraestrutura já existente.

O NSC, que se estende de Durban, no litoral sul-africano, até Kolwezi, no sudeste da RDC, movimenta actualmente mais de 60% de todo o comércio da SADC e serve mais de metade da população regional. A rota atravessa zonas estratégicas, incluindo cinturões minerais de cobre e cobalto na RDC e Zâmbia, depósitos de minerais valiosos no Zimbabué, além de áreas agrícolas de alta produtividade e bacias hidrográficas cruciais como as do Zambeze e do Limpopo.

O corredor está ligado à rede de energia Southern African Power Pool Grid – uma cooperação das empresas nacionais de electricidade da África Austral – e beneficia de integração com a infraestrutura regional de Tecnologias de Informação e Comunicação, factores que reforçam a sua atratividade para investimentos industriais e logísticos.

Perspectiva Estratégica

Combinando vantagens geográficas, recursos naturais abundantes e conectividade energética e digital, o plano para o NSC é visto como um catalisador de industrialização regional e modernização económica. Para Moçambique, que integra o corredor, a iniciativa representa uma oportunidade de alavancar exportações, desenvolver hubs logísticos e atrair investimento para sectores estratégicos.

O sucesso, contudo, dependerá da capacidade dos países envolvidos coordenarem políticas públicas, assegurarem financiamento sustentável e implementarem infra-estruturas resilientes, reduzindo os actuais gargalos logísticos e aduaneiros.

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