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Dados avançados pelo diário “Noticias”, edição de segunda-feira, 02/12, indicam que a campanha de comercialização da castanha de caju na província da Zambézia, iniciada há vinte dias, já contabiliza a venda de mais de nove mil toneladas, impulsionada por um preço histórico de cinquenta meticais por quilograma. Este aumento, que supera os valores de referência fixados inicialmente em quarenta e cinco meticais, está a transformar o mercado e a motivar os produtores locais. Contudo, desafios estruturais, como a falta de capacidade de processamento, continuam a limitar o potencial total do sector.

A Zambézia, a segunda maior produtora de castanha de caju em Moçambique, enfrenta uma campanha de comercialização animadora. O preço atractivo tem incentivado os produtores a colocarem maiores quantidades no mercado, aproveitando a alta procura internacional. O delegado do Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM), Sifa Bernardo, citado pelo “Noțícias”, destaca que o objectivo de comercializar mais de 17 mil toneladas poderá ser superado, gerando receitas superiores a 850 mil meticais para os agricultores.

De acordo com a fonte, os distritos de Pebane, Nicoadala, Namacurra, Maganja da Costa, Gilé, Mocuba, Namarrói, Muevala e Ile lideram a produção na província, contribuindo significativamente para o aumento do volume de vendas.

Oportunidades e desafios no mercado externo e interno
O ambiente favorável no mercado internacional representa uma oportunidade crucial para os produtores. O preço de cinquenta meticais é considerado o mais alto na história da comercialização da castanha de caju na Zambézia, reflectindo o valor crescente do produto no mercado global. No entanto, apesar deste cenário positivo, a província continua a exportar grande parte da sua produção em bruto, perdendo a possibilidade de agregar valor através do processamento local.

O problema estrutural do processamento local
Actualmente, a castanha da Zambézia é maioritariamente processada em Nampula e Gaza, devido à inexistência de uma indústria consolidada na província. As duas associações locais que realizam processamento, situadas em Gilé e Pebane, utilizam meios artesanais e enfrentam dificuldades para aumentar a produção e modernizar a embalagem. Como resultado, a Zambézia não consegue explorar o valor agregado da castanha, limitando as suas receitas e o impacto económico positivo no território.

Contudo, há uma luz ao fundo do túnel: está em curso a implantação de uma fábrica de processamento no distrito de Namacurra, um passo que pode reduzir significativamente a exportação de castanha em bruto e aumentar o valor comercial do produto.

O IAM desempenha um papel crucial na organização do mercado e no apoio aos produtores. Desde o início da campanha, mais de cinquenta operadores registaram-se para a compra de castanha directamente junto aos agricultores, garantindo um escoamento eficiente da produção. No entanto, o delegado do IAM alerta para a necessidade de atrair mais investimentos industriais, especialmente na Zambézia, para consolidar o sector e garantir sustentabilidade económica.

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