Preços do petróleo recuam com indicadores económicos fracos da China

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Os preços do petróleo registaram uma queda significativa na segunda-feira, 16/12, pressionados pelos fracos dados económicos da China, maior importador mundial da commodity. O Brent, referência global, desvalorizou 0,71%, para US$ 73,96 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) recuou 0,91%, cotado a US$ 70,64.

O recuo interrompeu uma tendência de alta observada nas últimas semanas, quando os preços atingiram os seus níveis mais altos desde Novembro. Apesar de um ligeiro aumento na produção industrial chinesa em novembro, as vendas a retalho ficaram abaixo das expectativas, gerando preocupações sobre o desempenho económico do País.

Impacto dos dados chineses

Analistas apontam que os dados decepcionantes da China aumentaram as pressões sobre Pequim para implementar novas medidas de estímulo à economia. Giovanni Staunovo, analista do UBS, afirmou que “o risco de queda nos preços do petróleo é reflexo directo de indicadores económicos mais fracos do que o esperado na China, enquanto o mercado aguarda detalhes sobre as próximas ações das autoridades chinesas”.

A situação também levou a OPEP+ a adiar qualquer decisão de aumentar a produção até abril, numa tentativa de evitar novos desequilíbrios na oferta.

John Evans, da corretora de petróleo PVM, destacou que “o comportamento de consumo na China não tem respondido aos estímulos implementados, o que pode comprometer ainda mais as perspectivas económicas do país”.

Outros factores a influenciar o mercado

Nos Estados Unidos, os investidores aguardam a decisão do Federal Reserve sobre as taxas de juro, esperada para esta semana. Prevê-se um corte de 0,25 pontos percentuais, o que pode estimular o crescimento económico e, consequentemente, a demanda por petróleo. No entanto, analistas também apontaram uma realização de lucros após os preços subirem mais de 6% na semana anterior.

Por outro lado, preocupações sobre potenciais sanções adicionais dos EUA contra a Rússia e o Irão continuam a limitar o declínio nos preços. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, declarou que o governo americano está a avaliar medidas para restringir o uso de petroleiros pela “frota obscura”, utilizada para transportar petróleo iraniano e russo. Estas ações visam reduzir as receitas que financiam as actividades militares da Rússia na Ucrânia e reforçar a pressão sobre o Irão.

A combinação de dados económicos fracos da China, incertezas em torno das políticas monetárias nos EUA e tensões geopolíticas continua a influenciar os preços do petróleo. Enquanto o mercado aguarda medidas concretas tanto de Pequim quanto do Federal Reserve, a volatilidade deve permanecer elevada, reflectindo a complexidade do cenário global actual.

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