Preços do petróleo sobem face a riscos geopolíticos e incertezas no mercado energético
Os preços do petróleo registaram uma ligeira subida, influenciados por factores geopolíticos e atrasos em decisões estratégicas por parte da OPEP+. Apesar do recente cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, acusações de violação do acordo geraram incertezas que impactaram os mercados. Este artigo analisa os principais factores que afectam os preços do petróleo e as implicações para o equilíbrio do mercado global de energia.
No mercado internacional, os preços do Brent e do West Texas Intermediate (WTI) apresentaram pequenas variações. Às 05:16 GMT de 29 de Novembro, o Brent subiu 0,1%, situando-se em 73,38 dólares por barril, enquanto o WTI aumentou 0,7%, atingindo 69,17 dólares por barril. Contudo, numa perspectiva semanal, os preços mantiveram uma trajectória descendente, com quedas de 2,4% e 2,9%, respectivamente.
A recente troca de acusações entre Israel e o Hezbollah, referentes a violações do cessar-fogo mediado internacionalmente, reacendeu receios de instabilidade no Médio Oriente. Apesar de não haver registo de interrupções no fornecimento de petróleo da região, o prémio de risco associado a possíveis escaladas do conflito voltou a influenciar os mercados.
Outro elemento de instabilidade foi o anúncio do Irão sobre a instalação de mais de 6.000 centrifugadoras de enriquecimento de urânio. Esta acção poderá levar ao agravamento de sanções, reduzindo a produção iraniana em até 1 milhão de barris por dia no primeiro semestre de 2025, segundo projecções da Goldman Sachs.
Impacto nas decisões da OPEP+
A OPEP+ adiou a sua reunião de 1 de Dezembro para 5 de Dezembro, citando a necessidade de maior coordenação. A expectativa recai sobre a possibilidade de estender cortes de produção já em vigor, medida considerada insuficiente por analistas da BMI, que projectam um excesso de oferta no próximo ano.
Eventos adicionais
A escalada dos ataques russos a infra-estruturas energéticas ucranianas representa outro risco para o equilíbrio do mercado energético. Especialistas indicam que eventuais retaliações podem comprometer o fornecimento de petróleo e gás provenientes da Rússia, principal fornecedor europeu.
Projecções de mercado
A BMI reviu em baixa a sua previsão para o preço do Brent em 2025, de 78 para 76 dólares por barril. Esta revisão reflete um sentimento de fraqueza contínua no mercado petrolífero, aliado a pressões descendentes nos preços globais.
Análise e perspectivas
O mercado energético encontra-se num momento de elevada volatilidade, com factores geopolíticos e económicos a interagirem de forma complexa. A capacidade da OPEP+ de implementar cortes eficazes será crucial para estabilizar os preços e evitar desequilíbrios entre oferta e procura.
Por outro lado, tensões em regiões produtoras de petróleo, como o Médio Oriente e a Rússia, sublinham a necessidade de diversificação no fornecimento energético e de políticas que promovam segurança energética a nível global.
Num cenário de incertezas, é expectável que os mercados mantenham uma postura cautelosa até que a reunião da OPEP+ traga maior clareza sobre os planos para 2024.
Face a essa conjugação de factores e eventos, o petróleo continua a ser um barómetro das tensões geopolíticas e das políticas económicas globais. A trajectória futura dos preços dependerá, em grande medida, da evolução das negociações internacionais, da estabilidade em regiões-chave e da capacidade das principais entidades reguladoras de alinhar interesses díspares no mercado energético global.
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