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Inflação em Moçambique: Divergências nas projecções e impactos na economia

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Moçambique encontra-se diante de cenários contrastantes em relação à trajectória da inflação nos próximos anos. Enquanto a Oxford Economics prevê uma subida da taxa de inflação para 4,9% até 2025, o Banco de Moçambique, através do Comité de Política Monetária (CPMO), reforça a perspectiva de manutenção da inflação em níveis controlados, sustentando uma média de um dígito no médio prazo.

A divergência nas análises reflete os desafios e as oportunidades para a economia do país, num momento em que se buscam soluções para impulsionar o crescimento económico sem comprometer o poder de compra da população.

A Oxford Economics aponta a desvalorização gradual do metical como um dos factores determinantes para a subida da inflação. A moeda nacional poderá sofrer ajustes cambiais ao longo de 2025, visando equilibrar a balança de pagamentos e reforçar as exportações. Além disso, o aumento nos preços alimentares, impulsionado por pressões climáticas e logísticas, continuará a agravar o custo dos alimentos, afectando de forma mais intensa os consumidores mais vulneráveis.

Em contrapartida, o CPMO, em comunicado emitido no dia 27 de Novembro, defende que as políticas económicas actuais, como a estabilização do Metical e a redução da taxa de juro de política monetária (MIMO) para 12,75%, são medidas eficazes para conter a inflação.

Cenário actual

Segundo o Banco de Moçambique, a inflação anual registada em Outubro de 2024 foi de 2,7%, um ligeiro aumento face aos 2,5% de Setembro. A estabilidade cambial, aliada a reservas internacionais suficientes para cobrir cinco meses de importações, reforça a confiança na capacidade de gestão económica.

Ainda assim, o Banco alerta para riscos como a tensão pós-eleitoral e os impactos dos choques climáticos na produção agrícola, factores que podem afectar a evolução dos preços no curto e médio prazo.

Impactos no quotidiano

Para os consumidores, a subida da inflação projectada pela Oxford Economics poderá traduzir-se em preços mais altos de bens essenciais, especialmente alimentos e produtos importados. Por outro lado, a redução da taxa de juro MIMO pelo Banco de Moçambique poderá aliviar os custos de crédito, incentivando o consumo e os investimentos privados.

“Embora as medidas monetárias tragam alívio, o custo de vida continua a ser uma preocupação crescente para muitas famílias”, comenta um analista económico baseado em Maputo.

No sector empresarial, o acesso facilitado ao crédito é visto como uma oportunidade, mas os custos de produção continuam elevados devido à dependência de insumos importados e à fragilidade da infraestrutura agrícola.

Análise e perspectivas

A divergência entre as projecções da Oxford Economics e as perspectivas do CPMO evidencia a complexidade do cenário económico. Especialistas destacam que o sucesso das políticas monetárias dependerá de um equilíbrio cuidadoso entre estímulo económico e contenção inflacionária.

Num contexto global de instabilidade económica, Moçambique terá de enfrentar desafios como o endividamento público interno crescente, a exposição a choques climáticos e a necessidade de diversificação económica para reduzir a dependência de importações.

Em suma, o Banco de Moçambique mantém a confiança em suas políticas, mas o futuro económico do País dependerá de medidas estruturais que reforcem a resiliência dos sectores produtivos e mitiguem os impactos das oscilações globais.

Enquanto isso, os consumidores e investidores aguardam com expectativa os desdobramentos da conjuntura sociopolítica prevalecente em Moçambique

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